Greve de metroviários em SP provoca aglomeração de passageiros na estação Brás
Retorno da circulação dos trens foi anunciado na estação às 7h28
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A greve dos metroviários em São Paulo pegou muitos passageiros de surpresa na manhã desta quarta-feira (19). Somente quando chegou ao Brás, região central, foi que o zelador Rodrigo Cerqueira, 37, descobriu que não conseguiria pegar a linha 3-vermelha. Eram 7h, e ele precisaria chegar na estação Anhangabaú para trabalhar. Ele reclamava da falta de informação.
"Eu não sabia que seria assim. Avisaram muito tarde, e eu não fico no celular de madrugada lendo notícias. O trem estava funcionando, mas não falaram nada na estação. Pegou todo mundo de surpresa", dizia ele, que pegou a linha 10-turquesa, em Ribeirão Pires (ABC).
Os metroviários de São Paulo entraram em greve a partir desta quarta-feira (19) em reivindicação por reajuste salarial e manutenção de direitos obtidos por acordo coletivo. A decisão foi tomada na noite desta terça (18), após o Metrô não comparecer à audiência de conciliação realizada à tarde na Justiça.
A paralisação afeta as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata (monotrilho), onde trabalham cerca de 7.200 metroviários. As linhas 4-Amarela e 5-Lilás não estão incluídas na mobilização porque têm data-base em março, quando negociaram um reajuste cujo índice ficou em torno de 4%.
Às 7h28, o sistema de som da estação Brás começou a anunciar que a linha 3-vermelha, assim como a 1-azul e a 2-verde, estava voltando parcialmente.
A financista Solange de Freitas, 42, também aguardava na área de transferência para o metrô até que o fluxo fosse liberado. Ela estava trabalhando remotamente até terça (18), e tinha medo da aglomeração nos trens até chegar à Barra Funda, zona oeste. "Dá para ir de trem, mas quem entra? Eu peguei Covid-19 e sei como é. Estou sem saber como fazer porque tenho medo."
A auxiliar de limpeza Katia Ramos, 45, saiu de Guarulhos (Grande São Paulo) e esperava no Brás desde as 4h45 para pegar a linha 3-vermelha até a Sé, no centro. Segundo ela, quando chegou ouviu o boato de que seriam apenas 40 minutos de espera, mas passou quase três horas nessa situação.
"Quem não tem dinheiro para pegar Uber fica esperando. Tudo o que eu tinha eu coloquei no meu bilhete único", disse ela, que precisaria ter chegado às 6h no trabalho. Por telefone, ela tentava comunicar o chefe sobre a situação. "É difícil."
Na estação Luz, da linha linha 1-azul, passageiros também reclamaram da falta de informações da greve e buscavam alternativas para chegar até o trabalho.
Estações com baixo movimento após reabertura
A partir das 7h30, quando os trens do metrô começaram a circular de forma parcial, o movimento nas estações da linha 1-azul era atípico. Na Sé, região central, poucas pessoas aguardavam nas plataformas.
"Como disseram que não ia ter metrô, muita gente acabou se movimentando de outra forma ou desistiu e voltou para casa", afirma a corretora de imóveis Mônica Ferreira, 56.
Mônica esperava na Sé o metrô para a estação Ana Rosa --última estação da zona sul a que a linha 1-azul estava chegando até a publicação desta reportagem. De lá, ainda teria que pegar um ônibus para chegar ao trabalho, em Moema.
Também na estação da Sé, o auxiliar de Enfermagem Alexandre José Pires, 48, estava atrasado em mais de 40 minutos por causa da paralisação. Ele precisava chegar à estação São Joaquim, mas o intervalo entre os trens estava bem maior que o normal. Ele chegou ao centro de ônibus, um gasto a mais de passagem que não tinha planejado. "Atrapalha muito."
No Brás, após a retomada da circulação da linha 3-vermelha, houve uma nova paralisação a partir das 8h que durou cerca de 20 minutos. No sistema de som, era informado que um passageiro segurava as portas de um trem parado na estação Santa Cecília, região central. Os trens, contudo, não andavam em nenhum dos sentidos nesse período. Como poucos passageiros chegavam, também não houve aglomeração na plataforma.