Atraso para tomar segunda dose da vacina contra a Covid em SP chega a 30 dias
Com mais de 400 mil pessoas que não apareceram para receber imunizante no estado, governo realizou Dia D neste sábado; prefeitura paulistana está indo na casa dos faltosos
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Pode chegar a 30 dias o atraso de algumas pessoas para tomar a segunda dose da vacina contra a Covid-19, segundo a Secretaria Estadual da Saúde que, em ação conjunta com as prefeituras do estado, promoveu nesta sábado (5) o Dia D da imunização, com o intuito de aplicar a dose de reforço nos atrasados e até procurar por eles.
Até este sábado, cerca de 150 mil pessoas se encaixavam neste perfil na capital paulista e, no estado, 403 mil, segundo os respectivos governos.
Na cidade de São Paulo, as 468 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da capital funcionaram para vacinação. Também abriram as 82 AMAs/UBSs Integradas do município. Em todo o estado de São Paulo foram 5.000 postos.
A Secretaria Municipal da Saúde já realiza a busca ativa, via telefone ou presencialmente, às pessoas vacinadas com a primeira dose, mas que perderam a segunda aplicação.
Neste sábado, porém, as ações foram reforçadas, segundo o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, para diminuir o número de pessoas atrasadas para receber a segunda dose, tanto da Coronavac, (que deve ocorrer em 28 dias), quanto da Oxford/AstraZeneca (12 semanas).
“Quem tomou a primeira precisa receber a segunda dose. Não importa quanto tempo atrasou, isso é fundamental para concluir a imunização. Já fazemos busca ativa faz um tempo e 90% das pessoas deixam de tomar a vacina por serem idosas e acabarem se esquecendo, por morarem sozinhas ou por estarem acamadas”, exemplificou Aparecido.
Este foi o caso do aposentado Daniel Pedroso de Moraes, 76 anos. Em tratamento há cerca de dois anos, após ser ferido com um tiro na região do abdômen, o idoso tomou a primeira dose da Coronavac no dia 24 de março, em casa, na zona leste de São Paulo. O reforço acabou sendo aplicado somente neste sábado, mais de dois meses além do prazo limite prescrito pelo fabricante.
O idoso afirmou ao Agora, logo após ser vacinado, que se sentia aliviado e que agora está com mais esperanças. “Não consigo andar direito e sinto falta de poder exercitar as pernas. Já que estou vacinado duas vezes, a coisa pode mudar para a melhor em breve”, afirmou.
O filho dele, o autônomo Silvio de Moraes, 47, explicou que o pai deixou de tomar a segunda dose, dentro do prazo, pois precisou ser internado, em decorrência ainda de sequelas do tiro sofrido em 2019. O disparo foi dado por segurança de uma agência bancária, em 13 de maio, em São Miguel Paulista (zona leste)..
O suspeito, que não teve a defesa encontrada até a conclusão dessa reportagem, responde ao caso em liberdade e o banco, segundo parentes da vítima, começou a pagar recentemente um seguro de saúde ao idoso.
Com dois dias de atraso, propositais, a dona de casa Ivanir Avelar dos Santos 79, foi até a UBS (Unidade Básica de Saúde) Copa, na zona leste, para tomar a segunda dose AstraZeneca. Acompanhada pela filha, a também dona de casa Ana Paula Avelar dos Santos, 44, a idosa afirmou ser a favor da vacina.
“Atrasei dois dias, pois a data do retorno era na quinta-feira [3]. Mas sábado é mais cômodo para minha filha e eu, aí resolvemos vir para cá atrasando um pouquinho”, explicou,
O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, que também é médico infectologista, reforçou a necessidade de as pessoas que estão atrasadas para que tomem a segunda dose contra a Covid-19, não importa o tempo excedido para isso.
“Todos os vacinados precisam da segunda dose, mesmo com atraso. Não há problema, pois fazendo o reforço da imunização, a pessoa fica protegida. Com uma dose de vacina a pessoa fica parcialmente protegida e ficando mais exposta ao vírus”, explicou em coletiva de imprensa, neste sábado.
Segundo balanço divulgado no início da noite, 119,4 mil doses da vacina contra a Covid foram aplicadas até pouco depois das 18h no estado.