Postos de saúde na capital paulista seguem com consultas suspensas; veja quais serviços continuam
Prefeitura afirma que atendimentos médicos e procedimentos serão retomados de acordo com o cenário da pandemia de Covid-19
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Com a prioridade de vacinação contra a Covid-19 e os atendimentos de emergências relacionadas à doença, as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade de São Paulo continuam com agendamentos suspensos de consultas com especialistas, de rotina e até com clínico geral.
A restrição temporária de alguns procedimentos na rede municipal de saúde, em especial as cirurgias eletivas, no caso dos hospitais, começou em março deste ano pela por causa do avanço do número de casos e de mortes provocadas pelo novo coronavírus.
No ano passado, também por causa da pandemia, muitos atendimentos e procedimentos eletivos já haviam sido suspensos, mas foram retomados aos poucos. Porém, tiveram de ser interrompidos novamente depois.
Apesar disso, 12 serviços seguem disponíveis nos postos de saúde, como atendimentos pré-natal, de gestantes, de crianças de até 2 anos, de idosos de maior risco e de pessoas com comorbidades, além de coleta de exames, vacinação, farmácias e qualquer caso ligado à Covid-19.
A medida é criticada por Gonzalo Vecina Neto, professor doutor do departamento de Prática de Saúde Pública da FSP (Faculdade de Saúde Pública) da USP (Universidade de São Paulo), diz que a suspensão nos atendimentos pode provocar problemas futuros aos pacientes.
“É um erro dramático, um problema grave da atenção básica de saúde. Essas consultas de rotina e clínicas são fundamentais para fazer o diagnóstico e tratamento de doenças típicas da atenção primária”, diz Gonzalo.
“Vai haver uma avalanche de consultas e um problema de descontrole de doenças crônicas que eventualmente estavam sob controle nas UBSs”, completa o especialista.
A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Ricardo Nunes, diz que as demais consultas e procedimentos serão retomados de acordo com o cenário da pandemia. Contudo, não existe um prazo definido. A pasta também afirma que tem fortalecido o teleatendimento. "Nos casos em que o usuário possuir necessidade em saúde ou orientação, ele pode procurar uma UBS para acolhimento e escuta qualificada", afirma, em nota.
“Essa medida é necessária, pois o agendamento dos serviços impacta diretamente no planejamento e organização das equipes para organizar suas agendas e poder dar o melhor atendimento e assistência às procuras espontâneas”, completa o texto.
E não há um padrão entre os postos de saúde. A reportagem entrou em contato com 16 UBSs de todas as regiões da cidade nesta segunda-feira (21) e terça (22) e nenhuma estava agendando consultas por telefone.
Na UBS Brasilândia (zona norte da capital), por exemplo, a atendente disse que a unidade deve abrir a agenda com médico até o fim de junho, porém, isso ainda não está definido. Ela pediu para ligar mais vezes nos próximos dias para verificar a possibilidade de marcação de consultas.
Caso parecido com a UBS Jordanópolis, em Cidade Dutra (zona sul), em que a funcionária disse que a unidade está atendendo apenas urgências, mas afirmou que é possível ir presencialmente ao posto e deixar o nome e contato para ser informado quando a agenda reabrir.
A UBS Vila Maria - Dr. Luiz Paulo Gnecco, na Vila Munhoz (zona norte), a informação é que é possível ir presencialmente e agendar um horário com um médico clínico, de segunda a quinta, sempre às 7h.
A UBS Vila Santa Maria, no Limão, (zona norte), afirmou que os pacientes podem ser avaliados presencialmente para, então, ser marcada uma possível consulta na unidade.
Na UBS Jardim Vera Cruz, em Perdizes (zona oeste), é possível verificar a agenda presencialmente para marcar um horário. Já na UBS Anchieta, no Grajaú (zona leste), o médico pode avaliar a pessoa no local, com a possibilidade de marcar uma consulta futuramente, caso tenha necessidade.
A UBS Santa Madalena, no Sapopemba (zona leste), Antonio Pires F Villa Lobo, em Artur Alvim (zona leste), Morro Doce, na Anhanguera (zona norte), e Heliópolis, no Ipiranga (zona sul), estão agendando crianças até 2 anos, gestantes e alguns casos de pessoas com comorbidades.
Já as UBSs Vila Matilde (zona leste) e Jardim Valquíria, no Capão Redondo (zona sul), oferecem acolhimento para ver a gravidade do caso e, assim, avaliar uma possível consulta.
Outras unidades, como a UBS Santo Amaro, em Santo Amaro (zona sul), Belenzinho, no Belém (zona leste), Vila Guarani, na Vila Formosa, (zona leste), Vila Romana, na Lapa (zona oeste), não estavam atendendo. E não tinham previsão de voltar a marcar consultas.
Quais serviços seguem ativos
- Sala de acolhimento e classificação de risco
- Atendimentos de pré-natal baixo e alto risco
- Atendimentos de puerpério e puericultura
- Atendimento de pacientes crônicos na faixa etária abaixo de 60 anos com obesidade, diabetes mellitus e hipertensão de maior risco e alta vulnerabilidade
- Idosos de maior risco e alta vulnerabilidade
- Atendimento de pacientes do Programa Melhor em Casa
- Acompanhamento de doenças infectocontagiosas (tuberculose, sífilis e HIV, entre outros)
- Atendimentos odontológicos (urgência), de acordo com as normas de biossegurança estabelecidas, conforme orientações de reorganização dos serviços odontológicos, utilização de recursos da odontologia de mínima intervenção, redução do número de consultas e otimização do tempo clínico
- Coleta de exames
- Curativo, medicação e procedimentos correlatos
- Vacinação
- Farmácias
Fonte: Prefeitura de São Paulo