Voltaire de Souza: Cada um com sua bola
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Chutes. Torcida. Caneladas.
O governo insiste.
—Vamos fazer a Copa América.
Algumas pessoas ficam em dúvida.
E a Covid?
A famosa repórter Giuliana Bugiardi entrevistava o general Perácio.
—Não será perigoso, general?
—Não dou declarações à imprensa comunista.
O assessor Guarany teve compaixão pela profissional.
—O general está indo consultar uma astróloga.
—E daí?
—Vem junto.
Madame Ramíris era uma conhecida vidente argentina.
—Soy amiga del Olabo de Carbarro.
Ela entrou em estado de concentração.
—Ôlia aqui quien apareció en la bolita.
—Quem?
—La Dilma. La êx-pressidênta.
—E daí?
—Mala suerte.
Madame Ramíris deu um risinho.
—Non ia ter la Copa… después fisseram la Copa…
—O que acontece?
—Siete a uno. E êla terminó empitchada.
Perácio tirou a pistola automática.
A bola de cristal foi pelos ares.
—Sete menos um. Seis tiros.
Ele olhou com raiva para Guarany.
—Astrólogo bom é o outro. Isso aí é imitação.
Giuliana ainda não se recuperou do susto.
Bolas de cristal são frágeis e delicadas.
Mas a bola brasileira é de couro.
Aguenta tudo que é chute de bico.