'Gatinha da Cracolândia' pode ter faturado até R$ 500 mil por mês com venda de droga em SP, diz polícia
Investigação levantou que jovem presa na quinta-feira (22) pagava taxa semanal para o crime organizado para poder comercializar crack na região
Já é assinante? Faça seu login
Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:
Oferta Exclusiva
6 meses por R$ 1,90/mês
SOMENTE ESSA SEMANA
ASSINE A FOLHACancele quando quiser
Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.
A jovem de 19 anos presa nesta quinta-feira (22) em Barueri (Grande SP), suspeita de vender drogas na cracolândia (centro da capital paulista), faturava entre R$ 45 mil e R$ 50 mil a cada três dias na região, conforme investigação que durou cerca de seis meses, segundo a Polícia Civil.
Lorraine Cutier Bauer Romeiro, conhecida como "Gatinha da Cracolândia", segundo policiais, era arrendatária de uma barraca de drogas, na qual pagava por semana à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), entre R$ 3 mil e R$ 5 mil, ainda segundo a investigação. Por mês, ela poderia ter faturado até R$ 500 mil com a venda de drogas, de acordo com estimativas da polícia.
Procurada nesta sexta-feira (23), a defesa da jovem não retornou ao Agora até a publicação desta reportagem. Durante a sua prisão, Lorraine negou duas vezes, em frente à delegacia, às suspeitas atribuídas a ela pela polícia.
"Os traficantes da região compravam tijolos de crack, chamados de 'rapadura', por valores entre R$ 20 mil e R$ 25 mil, e vendiam a peça inteira em três dias, lucrando entre R$ 45 mil e R$ 50 mil", afirmou o delegado Roberto Monteiro, titular da 1ª Delegacia Secional do Centro.
O policial disse ainda que agentes do 77º DP (Santa Cecília) se infiltraram nos últimos seis meses no fluxo de usuários de drogas da cracolândia e constataram que havia logística e hierarquia na comercialização de entorpecentes na região, principalmente crack.
Vídeos feitos por policiais civis mostram traficantes calmamente passando pedras de crack para usuários, enquanto contabilizam volumosos maços de dinheiro. Os criminosos ficam sentados atrás de mesas, sobre as quais deixam, sem nenhum pudor, tijolos da droga — que segundo a polícia podem pesar até cinco quilos cada.
Um outro vídeo mostra muitas pessoas dentro das barracas, a maioria jovens, com a venda de crack e o consumo da droga.
"A investigação levantou que existem 30 pontos de venda de drogas, chamados de barracas, que são divididos em grupos de dez, em três pontos chamados de 'vagões'", acrescentou o delegado seccional.
Uma dessas barracas pertencia à Lorraine, segundo a polícia, que aparece em imagens feitas durante a investigação em frente a diversos maços de dinheiro, cobrindo o rosto com máscara e capuz.
Na rede social Instagram, onde ela se identifica como influencer e tem cerca de 36 mil seguidores, Lorraine ostenta uma vida de luxo, em barcos e locais paradisíacos. Segundo a polícia, ela já havia sido presa no mês passado, ao ser flagrada com uma pequena quantidade de drogas. A jovem porém foi liberada pela Justiça, para responder ao caso em liberdade, pelo fato de ser mãe.
Com a prisão desta quinta ela perdeu o benefício e permanecerá na cadeia, em cumprimento a um mandado de prisão de 30 dias. O tempo de reclusão pode aumentar, caso a Justiça decrete sua prisão preventiva, ou seja, por tempo indeterminado.
Após ser presa na quinta-feira, também de acordo com a polícia, Lorraine indicou à polícia um prédio invadido na rua Helvétia, no bairro Santa Cecília, região central de São Paulo. No local, investigadores apreenderam uma mochila com 85 porções de maconha, 295 de cocaína e oito de crack. Ainda foram localizados 97 frascos de lança-perfume e 16 comprimidos de ecstasy. Além das drogas, a polícia achou R$ 750 em dinheiro, uma balança de precisão, uma faca, um machado e um celular.