Onda de frio faz prefeitura de SP estudar uso de escolas para acolher moradores de rua

Temperatura deve cair para abaixo de zero no fim da semana; mudança já deve ser sentida na madrugada desta quarta-feira

Continue lendo com acesso ilimitado.
Aproveite esta oferta especial:

Oferta Exclusiva

6 meses por R$ 1,90/mês

SOMENTE ESSA SEMANA

ASSINE A FOLHA

Cancele quando quiser

Notícias no momento em que acontecem, newsletters exclusivas e mais de 200 colunas e blogs.
Apoie o jornalismo profissional.

São Paulo

A nova onda de frio, prevista para começar quarta-feira (28) na capital paulista, despencando as temperaturas para até abaixo de zero, fez com que a prefeitura considere a possibilidade de usar escolas da rede municipal para abrigar pessoas em situação de rua nas próximas madrugadas. O número de locais, entretanto, não havia sido informado até a publicação desta reportagem.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), a temperatura mínima de 14ºC prevista para esta terça (27) deve despencar para 8º na madrugada de quarta. E chegar a 3ºC de média na sexta-feira, quando a máxima não deve passar de 15ºC. É a terceira onda de frio neste inverno. Na semana passada a cidade de São Paulo teve geadas.

O censo da população de rua mais recente feito na cidade, em 2019, localizou 24,3 mil pessoas sem lar, um salto de 53% em quatro anos, considerando os 15,9 mil do levantamento anterior, de 2015.

VEJA COMO DOAR COBERTORES E ROUPAS

Segundo Nunes, a possibilidade de usar escolas para abrigar moradores de rua foi definida em uma reunião no último sábado (19). "A Secretaria Municipal de Assistência Social pediu à [Secretaria] Educação a liberação de escolas para a gente poder fazer, de forma emergencial, locais de pernoite", afirmou Nunes.

O prefeito afirmou que, atualmente, a cidade conta com 101 abrigos, número que ser ampliado por causa das baixas temperaturas, segundo ele.

Além da possibilidade de abertura de escolas para moradores de rua rua, a cidade atualmente usa centros esportivos para acolher pessoas em situação de vulnerabilidade na Mooca (zona leste), Santo Amaro (zona sul), Tietê (zona norte), Lapa e Barra Funda, ambos na zona oeste. Nestes abrigos temporários são disponibilizados, segundo a prefeitura, chuveiros, produtos de higiene, além de alimentação. Em quase dois meses, 8.765 pessoas foram atendidas nos locais, de acordo com a pasta de Esportes.

A prefeitura organiza a Operação Baixas Temperaturas sempre que os termômetros marcam índices inferiores a 13ºC na cidade. Desde 30 de abril, até o momento, a ação registrou 14.978 acolhimentos, a doação de 14.239 cobertores, além de 1.334 recusas para ir até os abrigos.

Nunes disse ainda que ônibus serão usados para transportar as pessoas de rua, além dos objetos delas, para os pontos de acolhimento. O número de veículos também não foi especificado.

Queda de temperatura

Segundo nota de Thomaz Garcia, meteorologista do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, a propagação de uma frente fria no estado faz os termômetros marcarem 8ºC de mínima e 16º de máxima, já nesta quarta.

“A partir de quinta [29], o sistema frontal se afasta, permitindo a entrada da terceira e forte massa de ar polar desse inverno, o que vai proporcionar intensa sensação de frio para os paulistanos. Há potencial para novos recordes de frio, inclusive com chance de temperatura negativa nos bairros mais afastados do centro expandido”, afirmou.

Notícias relacionadas