Tire sua dúvida sobre a volta às aulas nesta segunda na capital paulista

Redes municipal e estadual retomam as aulas presenciais após o recesso de julho em São Paulo

Ilustração para matéria sobre volta às aulas - Arte Agora

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São Paulo

A partir de segunda-feira (2), a rede pública estadual e as escolas particulares retomam as aulas após o recesso e estão autorizadas a atingir até 100% da capacidade de funcionamento. Desde abril, todas já estavam abertas para aulas presenciais, porém com o limite de 35% dos estudantes. A rede municipal, que fez o recesso entre março e abril, agora pode ampliar a capacidade de alunos para 100%.

No ano passado, as unidades de ensino reabriram, porém, em março deste ano, com o avanço da pandemia, as restrições foram intensificadas, e as escolas, orientadas a receber apenas alunos em situação vulnerável.

Desta vez, haverá algumas mudanças, como o distanciamento de 1 metro entre os estudantes (a regra anterior era de 1,5 metro). A presença física dos alunos ainda não é obrigatória, porém já estudada pelo governo do estado (gestão João Dória). Quem não se sentir confortável ainda terá o ensino remoto ou o material impresso disponíveis.


“É importante dizer que o retorno obrigatório está no nosso horizonte. Só vamos esperar agosto para avaliarmos como será”, diz o subsecretário de Articulação Regional da Secretaria de Educação do estado, Patrick Trajan. A obrigatoriedade do retorno presencial ainda não está nos planos das escolas municipais.

Trajan faz questão de salientar que é importante a presença das famílias nas escolas para que todos observem a aplicação dos protocolos e as reformas de adaptação dos prédios às normas sanitárias.

A Prefeitura implementou projeto de recuperação para suprir os déficits da rede municipal e serão oferecidas aulas de reforço. “Todos terão acesso às atividades de recuperação, sendo que os que apresentam mais defasagem vão participar da recuperação no contraturno”, informou a Secretaria de Educação, por meio de nota.

Apesar das informações divulgadas pelas duas redes, a comunidade escolar permanece com dúvidas sobre o retorno. Leia, ao lado, as respostas às principais questões.

Professores são contrários ao retorno

Aliado a outras cinco entidades representativas de professores da rede estadual, o CPP (Centro do Professorado Paulista) é contrário ao retorno das aulas presenciais. O grupo “Juntos somos mais fortes”, também composto por Apeoesp, Apase, Apampesp, Afuse e Udemo, promete defender na Justiça todos os educadores que forem questionados por se recusarem a voltar à modalidade presencial.

“Já temos uma ação nesse sentido. Se houver alguém questionado, será defendido. Vamos aguardar os acontecimentos”, afirma o vice-presidente do CPP, Silvio dos Santos Martins.

O grupo teme os graus mais elevados de contaminação da nova variante do coronavírus e aponta problemas no cumprimento dos protocolos sanitários nas escolas, como salas sem ventilação.

“Temos de pensar que não estamos com toda a rede vacinada. Percebemos que essa nova variante começou a atingir os mais novos e corremos o risco de perder vidas preciosas”, diz Martins.

O subsecretário de Articulação Regional da Secretaria de Educação do Estado, Patrick Trajan, afirma que o retorno de professores e funcionários é obrigatório, com exceção dos grupos de risco que não tomaram a segunda dose. A respeito das condições das escolas, Trajan diz que há uma percepção geral do que é adequado e o real respeito às normas sanitárias.

Momento pede suporte das famílias

As escolas particulares esperam que todos voltem ao modo presencial. “A expectativa é atender todo mundo até porque sabemos que o Brasil foi um dos países mais negligentes com a educação na pandemia, nem tanto pelas particulares, mas pelas públicas”, disse o presidente do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), Benjamin Ribeiro da Silva, que representa as particulares.

A diretora do programa de educação socioemocional My Life, Daniellen Zwierzynski, recomenda que, no retorno, os pais passem segurança aos filhos. Ela também afirma ser importante que as escolas trabalhem conteúdos socioemocionais através de atividades para a ressocialização.

“É um momento de suporte entre escolas e famílias, que todos sejam parceiros e que os pais olhem com empatia para os professores, muitas vezes desrespeitados nas aulas online. Está todo mundo no mesmo barco e um olhar empático é fundamental”, disse.

O Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), com 300 escolas no país, tem protocolos que seguem as determinações de cada cidade. O grupo tem um selo de padrão de qualidade do Hospital Albert Einstein.

Tire sua dúvida sobre a volta às aulas

Todos serão obrigados a voltar?
Escolas estaduais e municipais
Não. O retorno presencial é opcional

Quem não tem comorbidade ou não for do grupo de risco, mas não se sentir seguro, pode continuar no ensino remoto?
Escolas estaduais e municipais
Sim, serão disponibilizadas tanto as aulas online quando o material de estudo impresso

Haverá esquema de revezamento para o retorno, caso os protocolos sanitários impeçam a permanência de todos em uma sala?
Escolas estaduais
Cada unidade tem autonomia para definir como e em quais circunstâncias fazer o revezamento
Escolas municipais
Cada unidade define o revezamento e, para crianças de 0 a 3 anos, o retorno será de 100%, sem revezamento

As escolas de período integral terão todas as aulas?
Escolas estaduais
Horário normal, salvo em casos específicos de escolas com salas interditadas por reforma, quando a escola poderá escalonar o horário de acordo com critérios próprios de cada uma
Escolas municipais
Sim

Qual a orientação para os pais sobre quais alunos voltam em quais dias? Como serão comunicados?
Escolas estaduais e municipais
As escolas entram em contato por telefone ou WhatsApp; as famílias que não foram contactadas em virtude de cadastro desatualizado devem procurar a unidade escolar

As carteiras, nas salas, continuam com distanciamento? Quanto?
Escolas estaduais e municipais
Sim, 1 metro

Qual o protocolo para a entrada e permanência dos alunos na escola?
Escolas estaduais e municipais
Aferição de temperatura, higienização das mãos e uso de máscaras

A partir de quanto a temperatura impedirá a entrada dos alunos?
Escolas estaduais e municipais
37,5 graus

Haverá álcool gel disponível para todos?
Escolas estaduais
Sim, por meio de totens na entrada e dispensers pela escola em pontos estratégicos, como sala dos professores, pátio e próximo ao refeitório
Escolas municipais
Sim, distribuídos pela escola nos corredores e mesas dos professores nas salas

Como e quando será feita a higienização das salas?
Escolas estaduais
Higienização geral ao final de cada turno e a cada 3 horas em superfícies de contato
Escolas municipais
Nas trocas de período, quando a escola funciona em dois, e durante os períodos de lanche dos alunos

Os alunos poderão comer o lanche na escola? Quais os protocolos para a hora da comida?
Escolas estaduais
Sim, nos espaços de refeitório com protocolos de distanciamento
Escolas municipais
Sim, fica a critério da organização da escola contanto que respeite o distanciamento e protocolos sanitários

E as escolas que oferecem almoço? Como irá acontecer esse momento?
Escolas estaduais
Em formato de rodízio, para não haver aglomeração e com marcação de locais para os alunos se acomodarem
Escolas municipais
Cada escola define seu próprio formato, sempre respeitando as normas sanitárias

Os professores que retornaram ao presencial estão todos vacinados? E os funcionários das escolas?
Escolas estaduais
Não retornam apenas os funcionários e professores dos grupos de risco que não tenham tomado a segunda dose. O servidor que optou por não tomar a vacina será obrigado a retornar
Escolas municipais
Professores com comorbidades e gestantes (mesmo as que tiverem tomado a vacina) continuam afastados

A carteirinha de vacinação será exigida dos professores?
Escolas estaduais e municipais
Não

As aulas remotas continuam?
Escolas estaduais e municipais
Sim

A partir de quando será obrigatória a presença na escola?
Escolas estaduais
Ainda não está definido, mas o governo pretende avaliar o retorno de agosto e marcar uma data para a presença obrigatória
Escolas municipais
Sem data prevista

Para os que ainda não têm internet disponível, será oferecido material de estudo impresso?
Escolas estaduais e municipais
Sim

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