Capital paulista ampliará ensino presencial a partir de 2 de agosto

Alunos com doenças pré-existentes e pais que optarem por não enviar os filhos continuam de maneira remota

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Nilson Hernandes
São Paulo

O prefeito de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta terça-feira (20) a ampliação das aulas presenciais na sua rede educacional, a partir do dia 2 de agosto. Os pais que quiserem manter os filhos com ensino remoto não precisam mandá-los para o colégio.

De acordo com a Secretaria Municipal da Educação, as creches receberão 60% das crianças de maneira presencial, sendo que 40% continuarão em atividades remotas, ou seja, sem revezamento. Ao todo são 2.881 creches com 346 mil bebês e crianças matriculados,

O critério para quem frequentará as creches são alunos que vivem em situação de alta vulnerabilidade ou que os responsáveis precisam trabalhar e não têm com quem deixar as crianças.

Para o restante da rede, o município vai seguir o determinado pelo governo estadual, que permite que cada escola defina a quantidade de alunos que poderão comparecer presencialmente para que seja respeitado o distanciamento de, ao menos, um metro entre eles. Não vai haver mais uma recomendação por percentual de capacidade para as unidades de ensino, que era de até 35% dos alunos na sala de aula.

No caso dos estudantes das 1.169 escolas de educação infantil, ensino fundamental e médio, se a escola não conseguir atender a todos os matriculados presencialmente respeitando o distanciamento, haverá revezamento semanal de até 50% dos estudantes. Enquanto uma turma de cada sala está em aula presencial, o restante fará atividades educacionais a distância.

Ainda segundo o prefeito, as 4.500 pessoas inscritas no programa Mães Guardiãs terão seus contratos ampliados até dezembro e a cidade irá distribuir mais máscaras a todos os alunos, além de álcool em gel.

Mais 2.900 estagiários serão contratados para auxiliar os alunos do 2º e 3º anos, além da convocação de 961 profissionais que passaram nos concursos para professor de educação infantil, diretor de escola, coordenador pedagógico, supervisor escolar e auxiliar técnico de educação deverão reforçar o quadro da rede municipal de Educação.

Segundo o secretário municipal da Educação Fernando Padula, as regras para a ampliação do ensino presencial na rede educacional da cidade seguem o estabelecido em lei publicada em agosto de 2020.

“A lei [municipal] 17.437/20 faculta aqui na cidade que enquanto durar a crise sanitária teremos duas exceções: alunos com comorbidades e os alunos que as famílias optarem por não levar às escolas”, esclareceu Padula.

Os protocolos sanitários, tais como uso de álcool em gel, uso de máscara, aferição de temperatura, orientação para lavar as mãos, higienização dos calçados na entrada, distanciamento de um metro entre as carteiras, higienização dos ambientes e o auxílio das mães guardiãs continuam nessa fase de ampliação.

As escolas de educação infantil terão a jornada reduzida em meia hora para higienização dos ambientes nas entradas e saídas de turno.

“Um dado muito preocupante é que cerca de 30% dos estudantes da rede municipal não entregaram nenhuma ou parte das atividades durante o cenário da pandemia no ano de 2020. É um dado muito preocupante da nossa rede de educação”, disse Nunes ao acrescentar que as 468 UBS (Unidades Básicas de Saúde) têm um protocolo de acompanhamento das escolas na cidade.

Crianças e jovens que apresentavam índice básico na Prova São Paulo 2019, em parte, caíram de rendimento. Os que estavam abaixo desse índice, continuaram sem avanço.

Em relação ao combate à evasão escolar, Padula afirmou que ações de busca ativa a esse aluno e monitoramento para evitar que isso venha a acontecer serão implementadas por meio da recuperação das aprendizagens (paralela e contínua), com materiais disponibilizados pela secretaria como vídeos e roteiros para auxiliar os professores.

Sindicato

Para o presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), Cláudio Fonseca, a retomada do ensino presencial é precipitada, uma vez que a imunização dos profissionais da educação não terminou ainda.

“Esse ciclo vacinal vai terminar na primeira quinzena de setembro, pois os profissionais só podem tomar a segunda dose após 14 dias da primeira”, disse.

De acordo com Fonseca, em muitos estabelecimentos de ensino municipal não há condições de se manter o distanciamento protocolar e também não há pessoal suficiente para a higienização das escolas.

O presidente do sindicato afirmou que os 80 mil profissionais da educação não desejam as escolas fechadas por uma série de fatores que vão além das questões educacionais, como por exemplo as crianças e jovens que vivem em territórios de alta vulnerabilidade. "Contudo, é preciso que o governo resolva pendências que já são do conhecimento, como equipes de limpeza e vacinação total da categoria."

A Secretaria Municipal de Educação disse em nota que só voltarão os profissionais que já cumpriram os 14 dias necessário para a imunização completa, após a vacinação com a segunda dose ou com a dose única. As gestantes continuarão em teletrabalho, conforme protocolo sanitário. "Servidores que não podem ser imunizados precisam apresentar atestado médico para continuar a atuar remotamente", afirma.

Até esta terça, de acordo com a secretaria, 277.543 doses da vacina contra a Covid-19 foram aplicadas nos profissionais da educação de todas as redes da capital paulista. São 203.041 primeiras doses, 72.668 segundas doses e 1.834 doses únicas. Entretanto, a pasta não detalhou quantas dessas foram aplicadas nos 120 mil professores que atuam na rede municipal, tanto nas entidades conveniadas como nas escolas da administração direta.

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