Descrição de chapéu Coronavírus

Apenas 1 em cada 3 pessoas acima dos 90 anos tomou a 3ª dose de vacina na capital paulista

Secretário já havia admitido que baixa procura poderia ocorrer por causa da espera pela vacina da Pfizer

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São Paulo

Uma semana depois de iniciada, a aplicação da terceira dose da vacina contra Covid-19 para idosos com 90 anos ou mais passa longe do esperado pela Prefeitura de São Paulo. Até esta terça-feira (14), segundo dados do Vacinômetro, apenas 33,7% do público, que tomou a última dose do esquema vacinal (segunda dose ou dose única) há pelo menos 6 meses, tomou a dose de reforço.

Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), a meta inicial era vacinar 51.200 idosos dessa idade. Até esta terça, 17.274 tomaram a terceira dose.

Idosos com 90 anos ou mais passaram a ser vacinados na cidade de São Paulo no último dia 6 de setembro. Na foto, movimentação da vacinação no drive-thru no Memorial da America Latina, na zona oeste. - Rivaldo Gomes/Folhapress

No último dia 3, o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, admitiu ao Agora que as pessoas poderiam esperar a chegada do lote da Pfizer, que está prevista para a segunda quinzena de setembro pelo Ministério da Saúde. Na cidade, está sendo aplicada a Coronavac, produzida pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan. "Paciência, mas não tem problema, pois é pouca gente [a partir de 90 anos]", afirmou Aparecido na época.

Além disso, o secretário também afirmou que quando os imunizantes chegarem, apenas a Pfizer será aplicada nos idosos. Isso deverá a acontecer a partir desta quarta, quando a prefeitura deverá receber 340 mil doses do imunizante.

Ainda segundo dados da prefeitura da capital paulista, 54.568 idosos com 90 anos ou mais receberam a primeira dose e 49.803 a segunda, além de 48 com dose única.

Médicos e especialistas defendem a aplicação da terceira dose da vacina em pessoas com mais de 60 anos, principalmente para aumentar a proteção imunológica.

“O que se observa é um decréscimo da produção de anticorpos neutralizantes, que são os primeiros que atacam a infecção, e que são as mais importantes para pessoas mais velhas”, diz Sérgio Zanetta, médico sanitarista e especialista em Saúde Pública da São Camilo

“É importante fazer uma terceira dose de vacina nos grupos com maior risco de agravamento e que tem uma queda imunológica por conta do envelhecimento imunológico”, completa o médico.

Desde esta segunda-feira (13), idosos a partir de 85 anos, que completaram o ciclo vacinal contra a Covid-19 há pelo menos seis meses, podem ir a qualquer posto de vacinação da capital paulista para receber a terceira dose do imunizante.

“Creio que a vacina dê um novo estímulo imunológico principalmente pela distância entre as doses da vacina”, destaca Guilherme Furtado, líder médico do departamento de infectologia do Hcor, de São Paulo.

Os idosos devem comparecer a um dos postos de vacinação do município com o comprovante de vacinação, documento com foto e comprovante de residência na capital.

Resposta

Em nota à reportagem, o Ministério da Saúde confirmou que vai iniciar, a partir da segunda quinzena de setembro, o envio de vacinas para a aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19 em idosos acima de 70 anos que completaram o ciclo vacinal há, pelo menos, seis meses e imunossuprimidos que tomaram a segunda dose (ou dose única) há, pelo menos, 28 dias.

A pasta não informou o cronograma de entrega dos imunizantes para os estados do país e nem a quantidade de doses.

O ministério também disse que a elaboração da pauta de distribuição de doses é feita após reunião entre representantes da União, estados, municípios e Distrito Federal, onde é definido o quantitativo de doses para cada ente federado, bem como a estratégia de vacinação, para a remessa a ser entregue.

Já o Governo de São Paulo, gestão João Doria (PSDB), diz que a aplicação da dose adicional começou no dia 6 de setembro e está sendo organizada por faixa etária, priorizando os mais velhos que já tomaram a segunda dose há pelo menos seis meses e imunossuprimidos.

“Compete aos municípios a definição de estratégias que contemplem os públicos-alvos definidos no cronograma de vacinação, que pode ser conferido no site VacinaJá”, escreve o governo estadual.

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