SP começa nesta sexta (1º) a campanha de multivacinação de crianças e adolescentes
Entre as vacinas que serão aplicadas, estão: BCG, sarampo, caxumba e hepatites A e B
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A SMS (Secretaria Municipal da Saúde) vai dar início, a partir desta sexta-feira (1°), à Campanha Nacional de Multivacinação, voltada para imunizar crianças e adolescentes até 15 anos, contra as mais diversas doenças.
Neste ano, as vacinas disponíveis na campanha são: BCG, hepatites A e B, poliomielite, rotavírus, pentavalente (DTP+Hib+HB), pneumocócica, meningocócicas C e ACWY, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, HPV, difteria e tétano.
Atualmente, de acordo com dados da própria Secretaria Municipal da Saúde, a cobertura vacinal em SP está aquém do esperado. Por exemplo, no caso da BGC, imunizante voltado a proteger contra a tuberculose, até o primeiro semestre deste ano, apenas 72,6% da meta de 90% do grupo elegível havia sido atingida.
"Vacinas são essenciais para a proteção das pessoas. Elas são essenciais para a proteção das populações, porque a vacina tem um efeito que vai além do indivíduo que se vacinou e ficou, ele, protegido", disse ao Agora o infectologista e professor da Escola Paulista de Medicina da Unifesp (Universidade Federal de SP), Marcelo Burattini.
O professor dá como exemplo de como a chamada imunização de rebanho atua em um determinado local. Ela cita o exemplo do sarampo, uma das imunizações abaixo da meta estipulada, para contextualizar o que ocorre quando da vacinação em massa.
"Se eu vacinar as pessoas de São Paulo que não pegaram o sarampo, essas pessoas vão ficar resistentes ao sarampo e a epidemia acaba. Nesse contexto, mesmo quem não se vacinou, é protegido indiretamente, porque, quando a maior parte das pessoas da população se vacina, a doença não consegue mais circular, a não ser esporadicamente". De acordo com ele, para que isso aconteça, é preciso que se atinja um limiar crítico de pessoas vacinadas.
Questionado sobre os números estarem aquém do esperado, Burattini pontuou que as notícias falsas ajudam a afastar parte da população."Tem vários motivos para a cobertura estar baixa. A primeira razão para isso é o aumento entre a população de fake news, de notícias veiculadas através das mídias sociais, demonizando as vacinas".
Segundo o professor, tais teorias contrárias às imunizações podem ser políticas ou religiosas. "Nós temos vários grupos que não acreditam em vacinas. Algumas vezes isso tem uma questão ideológica e outras vezes tem só uma questão de crença em processos mais antigos". Ele também culpou a desorganização por parte do poder público como uma forma de dissuadir determinadas pessoas.
A prefeitura pontuou que o intuito do programa de multivacinação é atualizar a caderneta de crianças e jovens, e assim aumentar a cobertura vacinal e "diminuir a incidência de doenças imunopreveníveis, como difteria, coqueluche, poliomielite, sarampo, caxumba, meningite meningocócica, entre outras".
Segundo a gestão municipal, os imunizantes serão aplicados em toda sua rede, formada por 469 UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Os locais de vacinação podem ser consultados na página Busca Saúde, disponível no link: http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br. Para se vacinar, é necessário apresentar a caderneta de vacinação, além de um documento com foto tanto de quem será imunizado como do acompanhante.
Em virtude da pandemia, a prefeitura informou que apenas um familiar deve acompanhar crianças e adolescentes no momento da vacina. Mesmo que a caderneta de vacinação esteja completa, a SMS recomenda que os postos sejam procurados. "Com o passar dos anos, algumas vacinas são atualizadas e uma nova aplicação é indicada. Um exemplo é a vacina meningocócica ACWY, que está disponível para adolescentes de 11 e 12 anos".
A gestão municipal ainda explicou que, com a aplicação da vacina da Pfizer em adolescentes acima de 12 anos contra a Covid-19, dependendo da vacina, não é necessário aguardar o intervalo de 14 dias para participar da campanha de multivacinação".