Grafiteiros de SP recriam 12 obras do modernismo brasileiro em exposição no Museu Catavento
"Abaporu Periférico" ficará até fevereiro de 2022 no local na região central da capital paulista
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Em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, que será celebrado em fevereiro do próximo ano, 12 grafiteiros da cidade de São Paulo foram convidados para recriar obras consagradas do modernismo brasileiro para a mostra "Abaporu Periférico".
A exposição foi aberta ao público nesta quarta-feira (24), no Museu Catavento, na região central da capital paulista, e ficará no local até 6 de fevereiro de 2022. A mostra funciona de terça a domingo, das 9h às 17h, com ingresso por R$ 15 (com direito a meia-entrada). Às terças-feiras, a entrada é gratuita.
Após o fim da mostra, as obras seguirão em itinerância pelas Fábricas de Cultura da zona leste de São Paulo (Vila Curuçá, Sapopemba, Itaim Paulista, Parque Belém e Cidade Tiradentes) e de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Artistas locais, que residem ou atuam próximo às Fábricas, passaram para as telas técnicas que normalmente são utilizadas para murais em locais públicos. São 12 obras que expressam o olhar urbano da periferia sobre os trabalhos de Anita Malfatti, Zina Aita, John Graz, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti.
"Nas telas você tem a reprodução da comunidade pela arte do grafite, do break e da dança", diz Fernando Leite, organizador e curador da exposição, ao Agora.
Participam das releituras os artistas Eduardo Marinho (Crédo), Márcio Rodrigo dos Reis (Banguone), Rodrigo Dutra (Mandi), Lais da Lama, Pamela Ramos (Pandora), Nino, Gabriel Fernando (Pow), Angélica da Sena (Anjinha), Del Grafites, Kauê Fidelis, Robson Marques (Melancia) e Fátima (Faty).
O clássico "Abaporu", de Tarsila do Amaral, contou com a releitura de Crédo. "Tentei transformar a obra em algo mais abstrato visualmente. A ideia é tentar fazer o espectador se perder um pouco na obra e sugerir uma certa complexidade e liberdade de interpretação", afirma o artista à reportagem.
"Fiquei imensamente feliz em estar participando de uma exposição com essa importância para arte brasileira. É uma grande responsabilidade fazer uma releitura dessa obra tão valiosa", completa Crédo.
A obra "Pierrete", de Di Cavalcanti, foi revisitada por Banguone. "A obra original mostra uma mulher indo para o Carnaval de pierrot [palhaço]. Nessa releitura coloquei ela vestida de Bgirl [dançarina de break dance], com seu boombox [caixa de som] no ombro, indo dançar na comunidade", diz o artista.
"No lugar das azaleias da obra, coloquei um pé de chuchu, que é muito comum nas comunidades e alimenta muita gente", destaca Banguone.
O também grafiteiro Alexsandro dos Santos Souza (Alex Uêba), 35 anos, visitou a exposição nesta quarta.
"É incrível ver que pessoas que vieram da periferia, assim como eu, estão expondo em um espaço como esse. É bem gratificante", afirma.
"Para a gente da arte é uma porta gigantesca dar essa oportunidade. É ótimo poder ver essas obras expostas com artistas tão talentosos como esses", completa Alex Uêba.
Exposição
"Abaporu Periférico"
- Onde: Museu Catavento, região central da cidade de São Paulo
- Data: De 24 de novembro de 2021 a 6 de fevereiro de 2022
- Horário: de terça a domingo, das 9h às 17h
- Informações: pelo telefone (11) 3315-0051 e no site www.agendatarsila.com.br
- Ingressos: R$ 15 (com direito a meia-entrada) (entrada gratuita às terças-feiras)
- Endereço: https://museucatavento.org.br/como-chegar