Fechou o tempo na política

O ambiente da política nacional ficou embaçado nos últimos dias, o que pode complicar a vida do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a reforma da Previdência.

Uma boa parte do problema é a resistência do governo em fazer as barganhas tradicionais com cargos nos ministérios e grana do Orçamento. A intenção pode até ser boa, mas ninguém descobriu outro jeito de conseguir apoio dos partidos.

Para se ter uma ideia, nem o PSL está se considerando da base aliada ao Palácio do Planalto. A prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer (MDB) também ajudou a azedar a situação.

Como os motivos da medida não estão claros, ficou parecendo uma ameaça aos políticos em geral. Afinal de contas, são muitos os deputados e senadores sob investigação por vários tipos de malfeitos. O medo de ir parar na cadeia é grande.

Rodrigo Maia - Bruno Santos/ Folhapress

Todo mundo sabe também que no Judiciário e no Ministério Público há uma grande rejeição à mudança nas aposentadorias. Não é à toa: juízes e procuradores têm muito a perder com a proposta. Também não pegou bem o projeto para a Previdência das Forças Armadas, porque o sacrifício dos militares vai ser muito menor que o dos civis.

Para piorar, o governo resolveu comprar briga justamente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que vinha sendo o aliado mais importante para as reformas. Maia foi cobrado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, que quer pressa nos projetos de combate ao crime.

O deputado estrilou e ameaçou deixar Bolsonaro ao deus-dará no Congresso. Para um presidente que é marinheiro de primeira viagem, isso seria um péssimo negócio

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.