Bolsonaro e a crise

A queda no preço do petróleo e o consequente tombo histórico das Bolsas de Valores na segunda (9) trouxeram um clima de crise econômica global, que faz o país mergulhar na incerteza. Algo tão grave não acontecia desde 2008-9.

Devido ao coronavírus, a China, segunda maior economia do planeta e nossa principal parceira comercial, teve de reduzir bruscamente suas atividades. O engasgo provocou reflexos mundo afora na indústria, no consumo e no turismo.

O Brasil já começar a sofrer esses choques, até porque é grande fornecedor de alimentos e minério para outros países e está pressionado pelo avanço da doença.

O problema é que estamos mal preparados para lidar com essa enrascada. Em geral, os governos aumentam os gastos nos momentos de crise, principalmente com obras, para atenuar o desânimo da economia. Agora, porém, falta grana e a dívida pública está já alta demais.

Pelo menos a inflação está controlada e a taxa de juros do Banco Central, que já está baixa, pode cair ainda mais. O país também conta com boas reservas em dólar para evitar uma disparada ainda maior das cotações.

A política econômica deve agora agir com firmeza para evitar que a situação se deteriore. Crises globais são passageiras, mas podem deixar sequelas se forem mal administradas. Para isso, é imprescindível que o governo federal se una ao Congresso em torno das medidas emergenciais a serem tomadas.

O presidente Jair Bolsonaro, que age como se não fizesse ideia do que ocorre no mundo, também ajudaria se deixasse de semear discórdias e insuflar suas tropas. Já que a incompetência do Planalto parece não ter solução, que ao menos haja esforço pelo entendimento.

O presidente Jair Bolsonaro durante solenidade alusiva ao dia da Mulher, no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 6.mar.2020/Folhapress

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