Demorou, talvez demais, mas a obrigatoriedade do uso de máscaras respiratórias em público se espalha pelo Brasil. Algumas cidades e estados já adotam essa prevenção à pandemia.
Os governadores de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal estenderam a regra para todo o território. A medida acompanha a liberação progressiva do comércio, em graus diferenciados, e não há multas previstas por ora.
Decretos municipais determinam o uso compulsório em pelo menos seis capitais: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Vitória e Teresina. Em São Paulo, a gestão Bruno Covas (PSDB) publicou decreto recomendando a todos o uso de máscaras faciais.
Esses prefeitos prometem distribuir milhões delas em semanas, mas não estipularam sanções para a desobediência.
Outros adotaram multas, como os de Betim (MG), de R$ 80, e Volta Redonda (RJ), de R$ 500. Parece difícil que sejam aplicadas, cobradas e pagas, o que pode contribuir para desmoralizar a norma.
Para evitar corrida aos estoques e garantir o fornecimento a profissionais de saúde, que de fato são os que mais necessitam do equipamento, algumas autoridades cometeram o equívoco de divulgar que as máscaras não traziam benefício individual. Não é bem assim.
A maior utilidade delas é, sim, diminuir a probabilidade de que o vírus expelido ao tossir, espirrar e mesmo respirar alcance outras pessoas. As máscaras são menos eficientes para impedir que alguém aspire partículas presentes no ar, mas não inteiramente ineficazes.
A política mais sensata é garantir farta distribuição gratuita, orientação sobre o uso correto e comunicação clara e objetiva para combater o preconceito social.
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