Por causa de um jogo de empurra entre os políticos, os funcionários dos governos estaduais e municipais acabaram ficando de fora da reforma da Previdência Social aprovada no ano passado.
Na época, alguns governadores, principalmente na oposição ao presidente Jair Bolsonaro, não quiseram apoiar publicamente as novas regras das aposentadorias. Com isso, deputados e senadores se recusaram a comprar sozinhos a briga com os servidores de suas bases.
No final das contas, a reforma apenas determinou que os estados e as prefeituras deveriam elevar as alíquotas das contribuições previdenciárias do funcionalismo até 31 de julho próximo.
Tudo isso se mostrou uma grande perda de tempo, como fica claro agora. Governadores e prefeitos vão caindo na real e fazendo suas próprias reformas, porque a grana está curta para todos e os pagamentos de aposentadorias e pensões tomam o lugar de prioridades como educação, saúde e segurança.
Até agora, 13 estados já mudaram seus regimes previdenciários --adotando regras como idades mínimas iguais ou semelhantes às fixadas para o funcionalismo federal-- e elevaram as contribuições. Outros 7, mais o Distrito Federal, só mexeram nas alíquotas. Ficaram na mesma Minas, Rio Grande do Norte, Tocantins, Roraima, Rondônia e Tocantins.
Mais cedo ou mais tarde, todo mundo vai precisar fazer reforma, e até os governadores petistas da Bahia, do Ceará e do Piauí já trataram de mudar as aposentadorias em seus estados.
Ninguém gosta de tirar direitos dos trabalhadores, mas o fato é que a conta ficou alta demais. É preciso enfrentar o problema antes que os serviços públicos essenciais fiquem ameaçados.
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