Alguma coisa está fora da ordem... Alô, povão, agora é fé! Posicionar-se contra bandido que ataca o próprio time é obrigatório para quem tem cérebro, polegar opositor e não arrasta quatro patas, mas é um brinde ao óbvio ululante. O maior problema do futebol —e da sociedade, como um todo— não é a bandidagem. Não porque essa raça vale alguma coisa (não vale nada!), mas porque trata-se de uma desprezível minoria. O grande mal é a imensa maioria silenciosa, conivente e sádica.
Vivemos numa sociedade doente, não porque meia dúzia de idiotas atiram pedras, mas, principalmente, porque milhões aprovaram o ato. Ou porque torcem para o time e queriam fazer o mesmo (não têm coragem e se excitam com o crime alheio) ou porque torcem contra e acham o máximo ver rivais sofrendo.
A crise moral não é só porque o poder público é patético e incapaz de impedir que chuvas se transformem em tragédia. A derrota definitiva da sociedade é ver muitos corinthianos, palmeirenses e santistas felizes porque o São Paulo Futebol Clube foi parcialmente destruído pelas chuvas.
Desde Caim, que matou Abel, há crimes. E criminosos. O problema é que hoje quem quebra a placa de Marielle vira o deputado mais votado do Rio e é presenteado com uma camisa personalizada do seu Flamengo. Sob o aplauso de milhões e o silêncio conivente de outros milhões.
A sociedade sempre conviveu com bandidos. Triste é constatar que quem não aperta o gatilho, ou, no caso, atira a pedra, agora aplaude ou minimiza. As “otoridades”, que inventaram a torcida única, decretaram a falência do Estado. Sem o Estado, sem a sociedade, todos somos vidraças. Quando não somos as próprias pedras.
Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na banca!
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