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Claudinei Queiroz: Matemática esportiva

São Paulo

No momento em que o Brasil vive um corte  nas verbas públicas para a educação, no Japão, que receberá a Olimpíada do ano que vem, o comitê organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos resolveu investir para facilitar o aprendizado das crianças.

E um jeito lúdico de fazer isso foi criar um livro de matemática todo baseado nos esportes olímpicos.

Livro criado pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio 2020 para ensinar matemática nas escolas
Livro criado pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio 2020 para ensinar matemática nas escolas - Divulgação/Tóquio-2020

Quando eu estava no antigo curso ginasial, hoje chamado de ensino fundamental II, os professores batalhavam primeiro para atrair a atenção dos alunos e depois para fazer com que eles entendessem as fórmulas para cálculo de área e perímetro das figuras geométricas. Isso apenas desenhando na lousa e escrevendo a fórmula do lado.

A tarefa não era nada fácil, uma vez que não havia nada que trouxesse a figura para mais perto do que o aluno via no seu dia a dia. A questão era imposta e nós tínhamos de decorar a fórmula e saber empregá-la.

Pois isso foi resolvido com o livro japonês, todo baseado nos movimentos dos atletas. Na ginástica, por exemplo, a imagem de um competidor circulando uma barra fixa é usada para demonstrar a figura de um círculo, do qual o estudante tem de calcular sua área e perímetro. Assim, ele saberá do que se trata e será incentivado a buscar a resposta da questão.

O livro, que já é usado em 1.864 escolas primárias de Tóquio e de outras quatro cidades da região, é mais um legado que a Olimpíada deixará para os japoneses. Pena que no Brasil não aconteceu algo parecido para os Jogos do Rio-2016.

Todos sabem que o Japão sempre foi a vanguarda dos aparelhos eletrônicos. Por isso, todos os anos toneladas de equipamentos são descartados ao serem substituídos por modelos mais novos. 

Pois outra novidade da Olimpíada vai ser o uso desse lixo eletrônico para confeccionar as medalhas. Mais de 50 toneladas de câmeras, laptops, consoles de videogame etc. já foram recolhidos numa campanha de doação.

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