Enquanto o planeta mostra preocupação com o coronavírus, as eleições americanas e a queda das bolsas, no mundo da bola, é impossível disfarçar os risos —de nervoso— com a fanfarronice dos cartolas.
No último domingo (1º), o Olímpia foi para o intervalo perdendo por 2 a 0 para o Primavera, pela Série A-3 do Paulista. No vestiário, o técnico Alexandre Ferreira foi demitido e a equipe voltou a campo sob o comando do auxiliar —ao menos conseguiu empatar por 2 a 2.
“Foi o pior treinador que vi no Olímpia. Pedi para trocar dois jogadores e ele não concordou. Falei que estava fora”, justificou, ao GloboEsporte.com, o presidente Niquinha, como se sua interferência fosse a coisa mais natural do mundo.
Só neste ano, quatro treinadores já passaram pelo Olímpia. Um deles, Mario Tilico, o herói são-paulino no Brasileiro de 1991, ficou duas semanas no cargo e caiu após brigar com um jogador.
Esse troca-troca, porém, parece não incomodar nem os grandes, que se recusaram a discutir, na semana passada, o limite de mudanças na Série A do Brasileiro.
Infelizmente, esses desmandos estão se tornando frequentes por toda a parte. Também nesta semana, às vésperas da última rodadas da Superliga Argentina, cartolas estudam mudar o sistema de rebaixamento, o que pode beneficiar o Gimnasia y Esgrima, de Maradona. Em vez de três times degolados, o menos pior disputaria uma eliminatória com o terceiro da Segundona. Tudo ótimo se tivesse sido definido antes da competição. De quebra, o desorganizado torneio, que deveria chegar a 20 clubes, pretende manter os 24 na elite.
Até mesmo a antes exemplar Uefa, a federação europeia, entrou na dança. Uma virada de mesa que aumentou o número de seleções na Liga das Nações evitou a degola da Alemanha para o segundo escalão do novo torneio de seleções.
Isso sem contar as multas irrisórias aplicadas em casos de racismo e homofobia nos estádios, que nos fazem até ter vontade de trocar o futebol pelos discursos dos candidatos nos EUA.
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