Trabalhadores do comércio da capital paulista terão reajuste de 4%

No total, 250 mil terão reajuste acima da inflação e outros 150 mil receberão aumento de 3,28%

São Paulo

Os trabalhadores comerciários da capital paulista terão reajuste salarial de 4%, índice acima da inflação, que foi de 3,28% no período. De acordo com o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, 400 mil comerciários de diversos setores da capital paulista tiveram as convenções definidas. Desse total, 250 mil terão o reajuste acima da inflação e outros 150 mil receberão a reposição dos 3,28%.

Além do reajuste salarial, o sindicato afirma que foram mantidas cláusulas sociais para a categoria, como: garantia de emprego a gestantes, garantia de emprego ao futuro aposentado, abono de falta para acompanhamento de filhos menores de 14 anos em consultas médicas e odontológicas e reuniões escolares. 

Já os trabalhadores do setor alimentício não terão reajuste acima da inflação, o que representa cerca de 150 mil trabalhadores. O índice será de 3,28%, referente à reposição da inflação, e eles terão um abono de R$ 200, a ser pago em duas parcelas de R$ 100. Esses funcionários trabalham em supermercados, hipermercados, mercadinhos, mercearias, quitandas, sacolões, lojas de bebidas, de ração de animais, de conveniência, entre outros. 

Gabriel Cabral/Folhapress

Lojistas de comércio, varejistas de materiais elétricos e aparelhos eletrodomésticos, atacadistas de produtos químicos e petroquímicos, varejistas de gêneros alimentícios, varejistas de carros usados, distribuidores de produtos siderúrgicos e varejista de carnes frescas terão o reajuste retroativo e as empresas pagarão a diferença ainda no mês de novembro. A data-base dos trabalhadores é setembro.

“A negociação foi difícil, mas acabou sendo bem-sucedida, pois conseguimos aumento real acima da inflação acumulada e mantivemos diversas cláusulas sociais”, explica Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários.

Patah ressaltou que, em relação aos anos anteriores, as negociações com o setor patronal tiveram um grau de dificuldade maior, principalmente por conta da conjuntura política. “A lei trabalhista, em vigor desde 2017, dificultou as negociações coletivas com as empresas, mesmo assim os sindicatos continuam conquistando benefícios reais para as categorias.”

Para o vice-presidente da FecomercioSP, Ivo Dall'Acqua Júnior, a negociação foi importante e ambas as partes ficaram felizes. "A conversa foi demorada, pois a economia ainda não está deslanchando, mas conseguimos chegar a um ganho real. O conjunto de condições complementares e cláusulas sociais foram importantíssimos também", afirmou. 
 

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