Supermercados têm prejuízo de R$ 31 milhões com chuvas em SP

Estabelecimentos foram afetados por estragos na Ceagesp, que já perdeu 7.000 toneladas de alimentos

São Paulo

As chuvas no estado de São Paulo já causaram prejuízo de R$ 31 milhões para os supermercados da região metropolitana, divulgou a Apas (Associação Paulista de Supermercados) nesta terça-feira (11).

De acordo com a entidade, o valor corresponde a 20% do faturamento diário total dos varejistas. "A maioria dos estabelecimentos afetados está localizada na Região Metropolitana de São Paulo, incluindo a capital, e a Baixada Santista", afirma Ronaldo dos Santos, presidente da Apas.

Santos diz que metade dos associados que responderam à pesquisa relatou problemas com abastecimento por causa dos estragos na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), o equivalente a 600 estabelecimentos.

"Aqueles que não tiveram problemas ligados diretamente ao abastecimento foi porque se tratam de grandes redes, que contam com centro de distribuição próprio, e que não foram tão afetados pela chuva", explica o presidente da Apas. 

Na cidade de São Paulo, dois supermercados relataram alagamento total das lojas. A ausência de funcionários nos varejistas chegou a 8%. 

A expectativa dos supermercadistas é que, com a Ceagesp voltando a funcionar, os prejuízos ao setor sejam reduzidos. "O maior problema agora é a logística, a distribuição, fazer com que os produtos cheguem no varejo. Neutralizando isso, esperamos que tudo comece a voltar à normalidade já a partir desta quarta-feira", explica Ronaldo Santos.​

O setor não prevê aumento nos preços de legumes, frutas e verduras para o consumidor final. "Se a Ceagesp voltar a abrir nos próximos dias, o preço dos produtos não deve ser afetado. Uma alta de preço ou falta de produto pode ser pontual, mas não deve acontecer, já que a chuva não afetou a cadeia de produção, mas apenas a distribuição."

​​Ceagesp

A Ceagesp anunciou que, por causa dos temporais, estima perda de 7.000 toneladas de alimentos

O volume responde por cerca de 70% da movimentação diária do centro (que fica entre 10 mil e 11 mil toneladas) e representa R$ 20 milhões em prejuízos aos permissionários —os comerciantes que atuam no local.

Pelo dia parado nesta terça (11), no qual a companhia permaneceu com os portões fechados para a entrada e a saída de alimentos, a estimativa é de uma perda extra entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões.

O presidente da Ceagesp, Johnni Hunter Nogueira, avalia que perdas dessa terça podem ser recuperáveis. "Por isso faremos uma força tarefa para que, assim que estiver completamente limpo, o mercado funcione 24 horas para diluir essas perdas", afirmou.

Todos os alimentos que entraram em contato com a água nas enchentes serão levados a um aterro sanitário e destruídos.

Os produtos mais atingidos foram frutas, legumes e verduras. Pescados e produtos de floricultura não tiveram prejuízos. As feiras de flores e pescados que ocorreria na madrugada desta terça foi cancelada por causa do alagamento.

A expectativa é que não haja risco de desabastecimento, como vinha sendo cogitado, porque parte da mercadoria que seria entregue foi salva antes da enchente que atingiu a Ceagesp.

(Com Folha)

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