As ações emergenciais anunciadas nesta semana pelas companhias aéreas como forma de conter os impactos da crise do coronavírus são criticadas por representantes dos aeroviários e aeronautas.
Entre as principais medidas que devem ser adotadas contra as quedas dos voos, estão a licença não remunerada e a redução de jornada, salários e benefícios.
O governo já anunciou que vai permitir que empresas cortem em até 50% a jornada e salários de trabalhadores e que a iniciativa deverá ser encaminhada ao Congresso por MP (medida provisória).
"Azul e Gol não negociaram com os sindicatos, apenas disseram que fariam a redução, foi apenas uma decisão comunicada a nós pela empresas", diz Álvaro Quintão, advogado do SNA (Sindicato Nacional dos Aeroviários).
O advogado diz que a proposta enviada pela Latam, que prevê licença não remunerada, está sendo negociada.
Representantes dos aeronautas (aqui incluídos pilotos e comissários de bordo) afirmam que as propostas de redução salarial e licença sem vencimentos serão avaliadas pelas assembleias da categoria enquanto o governo não encaminha a MP ao Congresso.
"Vamos buscar uma parceria conjuntural com as empresas e governo para a preservação do nível de emprego", afirma Sérgio Dias, diretor do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas).
Os aeronautas também pediram ao Ministério da Economia o direito ao saque integral do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para os tripulantes que aderirem aos programas de licença não paga.
Álvaro Quintão, dos aeroviários, diz que a categoria também deve esperar o resultado das negociações em assembleia.
A Latam afirma que uma das propostas apresentadas é, de fato, a implementação da licença não remunerada, mas não detalhou quais seriam as outras medidas.
"O Grupo Latam permanece em negociação com os sindicatos da classe e tem se esforçado para a manutenção dos empregos", afirma, em nota.
A Azul diz que, além de ter adotado plano que prevê a possibilidade de licenças sem vencimentos, está implementando medidas para reduzir o custo das operações.
Entre elas, a redução de salário de 50% dos membros do comitê executivo até a normalização da situação e adiamento do pagamento do PLR (participação nos lucros e resultados) de 2019.
Em comunicado enviado na última quinta-feira (19), a Gol anunciou que vai reduzir jornada, salários e benefícios dos funcionários internos e aeroviários em 35%.
A empresa também informou que os funcionários da área administrativa estão trabalhando em home office e que tripulantes, pilotos e comissários também terão redução de remuneração e de jornada.
Questionada pelo Agora sobre qual seria a porcentagem e o início de vigência da redução, a companhia ainda não havia respondido até a conclusão deste texto.
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