Descrição de chapéu Coronavírus

Vendas pela internet crescem mais de 100% no Brasil com coronavírus

Apesar de resultados, setor vê futuro incerto em relação à confiança do consumidor

São Paulo

É provável que, nos últimos dias, você tenha se deparado com diversos anúncios de marcas e lojas 'pipocando' nas redes sociais com ofertas e descontos.

Apesar do movimento ter sido puxado pela Semana do Consumidor, a expansão da pandemia do coronavírus também está impulsionando as vendas pela internet, diz a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

Pesquisa mostra que categorias de bens de consumo chegaram a ter crescimento de mais de 100% no comércio online, como saúde (111%). Beleza e perfumaria e supermercados acumulam altas de 83% e 80%, respectivamente.

O levantamento, feito pela Abcomm e pelo Movimento Compre&Confie, compara vendas realizadas em fevereiro e março de 2020 com as do mesmo bimestre de 2019.

As vendas de itens que normalmente apresentam bons resultados, por outro lado, foram as que tiveram maior queda no período analisado: câmeras, filmadoras e drones (-62%), games (-37%), eletrônicos (-29%) e automotivo (-20%).

“Houve mudança significativa no comportamento do consumidor com a chegada da Covid-19. Setores de menor porte no e-commerce ganharam protagonismo. A tendência é que o cenário continue dessa forma, com consumidores cada vez mais engajados nas compras à distância", diz André Dias, diretor executivo do Compre&Confie.

"A nossa primeira preocupação foi em relação à restrição de circulação de caminhões de entrega. Como os governos estadual e federal já garantiram que transportadoras e empresas de comércio eletrônico não podem ser afetadas pela quarentena, isso deu certa tranquilidade ao setor", diz Mauricio Salvador, presidente da Abcomm.

O cenário positivo, no entanto, não é garantia de que o ânimo nas vendas se estenda indeterminadamente. Para o executivo, se a crise do coronavírus perdurar, o setor também sentirá os impactos.

"Com a confiança do consumidor indo embora, a tendência é que as vendas vão parar de crescer, sobretudo em itens que não são de primeira necessidade", afirma.

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