O secretário estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, diz que o volume de chuva que atingiu a Grande São Paulo foi o responsável pelo transbordamento do rio Tietê nesta segunda-feira (10) e, por isso, as 51 bombas instaladas ao longo da marginal para evitar alagamentos na via não tiveram "condições técnicas" de funcionar.
Penido diz que as bombas ficam em pôlderes (pequenos reservatórios) instalados ao longo da marginal e recebem a água da chuva. Quando esse pôlder atinge o nível máximo, a bomba é acionada automaticamente para mandar a água para o rio. Porém, como ele já estava cheio, não tinha para onde bombear a água.
"Não havia condições operacionais de funcionamento [das bombas]. Agora [nesta segunda à noite], com a diminuição do nível do rio, as bombas vão começar a funcionar", afirma.
As 51 bombas do rio Tietê estão instaladas nas pontes Aricanduva, Vila Maria, Limão, Vila Guilherme, Bandeiras, Casa Verde e Anhanguera e são administradas pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), órgão do governo do estado.
Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), entre às 9h de domingo (9) e 9h desta segunda, choveu na cidade de São Paulo 114 mm, a segunda maior marca desde 2 de fevereiro de 2003, quando choveu 121,8 mm.
Segundo Penido, no rio Pinheiros o acionamento das 12 bombas instaladas nas usinas Pedreira e São Paulo são acionadas manualmente. O monitoramento do nível do rio é realizado pelo 24 horas pelo Centro de Operação do Sistema da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia), também do governo do estado, da gestão João Doria (PSDB).
Segundo a secretaria, esse centro monitora os níveis dos reservatórios e canais em tempo real e em pontos estratégicos, além de radares meteorológicos que auxiliam no planejamento do controle de cheias.
Nesta enchente o rio Pinheiros chegou a 719,64 metros, o maior dos últimos 15 anos, ultrapassando os 718,99 metros registrados em maio de 2005. A secretaria não confirmou quando foi o último transbordamento do rio Pinheiros.
Muita água
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), culpou a quantidade de água que caiu na cidade pelos transtornos que os moradores tiveram que enfrentar.
Para Covas, "em três horas, em alguns pontos da cidade, choveu metade do esperado para todo mês de fevereiro". Segundo o prefeito, a situação poderia ter ficado mais caótica na capital sem trabalho preventivo que a prefeitura fez.
"Limpamos córregos da cidade, limpamos todos os piscinões. Aliás, nenhum piscinão transbordou na cidade de São Paulo por conta dessa limpeza. Entretanto, os rios para onde vão essa água não aguentaram a quantidade imensa de chuva dessas últimas horas. A cidade tem feito tudo, o mais rápido possível, para poder reduzir os problemas que se abateram sobre todos os paulistanos", afirma.
Ele diz ainda que já tomou medidas para minimizar os danos causados pelo temporal. "Estamos com mais equipes de limpeza nas ruas, mais equipes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)."
O rodízio de veículos foi suspenso na segunda-feira (10) e nesta terça (11). Segundo a CET, a capital registrou 97 km de congestionamento às 9h30.
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