Roubo a celulares cresce após reabertura do comércio em SP

Estudo realizado por fundação mostra que crime aumentou 60% em junho em relação a maio

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São Paulo

A flexibilização das atividades durante a quarentena do novo coronavírus resultou em um aumento no número de roubos a aparelhos celulares em todo o estado de São Paulo. É o que aponta um estudo realizado pelo Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).

Fila na agência da Caixa Econômica Federal do Grajaú, na zona sul de São Paulo; distrito é onde mais houve registro de roubo de celulares após a reabertura do comércio na capital - Rubens Cavallari - 31.jul.2020/Folhapress

Segundo o levantamento, que compila dados de boletins de ocorrência e dados da Secretaria de Segurança Pública, foram registradas 69.628 casos de roubo de celulares no estado de São Paulo no primeiro semestre.

A pesquisa mostrou uma queda brusca de roubos de aparelhos nos meses de abril e maio, período com medidas mais restritivas de isolamento social, e um aumento desse tipo de crime em junho, quando a gestão Doria (PSDB) deu início à flexibilização da economia.

Em março, no início da quarentena, foram registrados 12.028 roubos no estado. No mês seguinte, houve uma queda de 30%. A tendência de queda seguiu em maio: de 8.372 para 8.047.

Porém, em junho, quando a flexibilização teve início, os casos de roubo dispararam. Houve um crescimento de 60% em comparação ao mês anterior.

O período do dia de maior ocorrência de roubo é à noite, com 44,57% dos registros, seguido da tarde, com 22,08%, manhã (18,94%) e madrugada (14,14%).

A capital paulista é a cidade que apresenta o maior número de roubos a celular registrados no período. Foram 39.996 de ocorrências, ou 57,44% do total de casos em todo o estado. Santo André (ABC), com 1.919, aparece em segundo lugar, e Guarulhos (Grande SP), com 1.897, é o terceiro.
Em seguida aparecem Diadema, Campinas, São Bernardo do Campo, Osasco, Itaquaquecetuba, Carapicuíba e Praia Grande .
Resposta
Questionada sobre os dados do levantamento, a SSP (Secretaria de Segurança Pública), gestão João Doria (PSDB), afirma que não comenta “pesquisa cuja metodologia desconhece”.

De acordo com a pasta, “as polícias Civil e Militar atuam para combater os crimes contra o patrimônio, inclusive os roubos e furtos” de aparelhos celulares.

Ainda segundo nota enviada pela secretaria estadual, “diversas ações são desencadeadas, como Operação São Paulo Mais Seguro, que amplia o policiamento em pontos estratégicos
para coibir todas as naturezas criminais”.

Grajaú lidera com mais ocorrências

Entre os bairros da capital com maior número de roubos a celular após o início da flexibilização da quarentena o Grajaú (zona sul) é o que apresenta mais casos, com 1.092 ocorrências, segundo o estudo da Fecap.

Capão Redondo (zona sul), Itaim Paulista (zona leste), República (centro) e Jardim Ângela (zona sul), são outros distritos que se destacam na lista.

Entre as ruas da capital, avenida Paulista, avenida Cruzeiro do Sul (zona norte) e avenida Sapopemba (zona leste), são as que mais aparecem no levantamento.

Moradora do Grajaú, a assistente comercial Tatiane Pereira de Oliveira, 35, demonstra preocupação com a situação, embora nunca tenha tido o celular roubado. “Eu acho isso muito ruim isso, deveria ter mais policiais na rua. Percebo muitos roubos onde eu moro”, diz.

Grajaú também lidera o número de pessoas fora de casa na capital, segundo relatório da prefeitura do início de junho. De acordo com a Fundação Seade, o local é o distrito mais povoado da cidade, dos 96 existentes, com 387.148 habitantes.

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