Carinho. Família. Amor.
É o Dia das Mães.
Marinho balançava a cabeça.
—Uma pena… não vou dar presente.
Era triste o tom de sua voz.
—Está na UTI.
O amigo Renato se assustou.
—Sua mãe? Mas…
Marinho tomou mais um gole de cerveja.
—Não. Quem está na UTI é a minha conta bancária.
O jovem empresário via seu lucro desabar.
Renato era otimista.
—Pô, Marinho, mas com o comércio reabrindo…
—Ha. Até parece.
Ele acendeu um cigarro.
—O problema vem de antes.
Eram os produtos da China.
—Tinha de entrar em guerra contra esses comunas.
Veio uma ideia melhor.
—A gente podia fabricar um vírus novo.
—É… tipo vingança.
—Será que na Amazônia não tem alguma coisa?
—Eu podia abrir um restaurante.
—Como assim?
—Sopa de macaco. Pastel de cobra. Empanada de aranha.
—Se tinha Covid no morcego de Wuhan…
—Frango Kaiakan. Puro Amazonas.
—Direto para exportação.
Tocou o celular. Má notícia.
Um enfarte vitimara a mãe de Marinho.
—Culpa da vacina. Bem que eu falei.
A herança traz oxigênio para as finanças do rapaz.
Os problemas são globais.
Mas a solução, por vezes, está dentro de casa mesmo.
Voltaire de Souza
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