Descrição de chapéu Grande SP

Após 5 dias de buscas, polícia prende suspeito de matar menina no ABC

Bruno de Freitas Lopes, 27 anos, estava escondido em São Vicente; ele foi detido outras três vezes

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São Paulo

Após cinco dias de buscas, a polícia prendeu por volta das 15h10 desta sexta-feira (16), em São Vicente (65 km de SP), o principal suspeito de atirar e matar uma criança de 4 anos, domingo (11), em Santo André (ABC).

Bruno de Freitas Lopes, 27 anos, foi encontrado escondido em uma casa no litoral paulista . Ele já foi preso três vezes, por outros crimes. A defesa dele não havia sido encontrada até a publicação desta reportagem. A Justiça havia decretado a prisão temporária dele, de 30 dias, na tarde de terça-feira (13).

Segundo a Polícia Civil de Santo André, Lopes pagou para um homem o levar até o litoral paulista, logo após o crime. Antes disso, ainda segundo a polícia, ele deixou a arma usada no crime, um revólver calibre 38, aos cuidados de outro homem, que lhe alugava um carro, com o qual o suspeito trabalhava como motorista de aplicativo de transporte de passageiros. Este veículo foi encontrado abandonado em um lixão, dois dias após o assassinato da criança.

Nesta última semana, o homem confessou estar com a arma à polícia, indicando que Lopes estaria no litoral. Pelo fato de ter guardado a arma usada no crime, sem informar aos policiais que investigam o caso, ele também irá responder criminalmente. A polícia não deu mais detalhes sobre o caso.

Lopes foi conduzido do litoral para o 5º DP de Santo André, que investiga o caso.

Segundo relatado pela mãe da vítima, uma dona de casa de 22 anos, a motivação para o crime seria uma antiga desavença entre Bruno de Freitas Lopes, 27 anos, e o pai da menina, por causa de uma vaga de garagem.

Ester de Oliveira Sigoli, 4 anos, morta após ser ferida com um tiro no tórax, domingo (11), em Santo André (ABC), era apaixonada por animais, segundo seu pai, o caseiro Jorge Willians de Oliveira Sigoli, 30 anos - Arquivo Pessoal

De acordo com o boletim de ocorrência registrado no domingo no 2º DP de Santo André, a família da criança disse que o ex-vizinho é quem fez os disparos, que também atingiram o pai da menina, que passa bem.

A SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) afirmou que Lopes deu entrada pela primeira vez no sistema prisional em 16 de janeiro de 2012, mesmo dia em que foi preso em flagrante por roubo, em Santo André. Ele permaneceu no CDP (Centro de Detenção Provisória) da cidade por três dias, quando foi solto para responder ao caso em liberdade.

Em 12 de agosto do ano seguinte, ele foi encaminhado à mesma unidade carcerária, por um crime de violência doméstica. Ele acabou solto 18 dias depois, “em virtude de extinção de punibilidade”, de acordo com a SAP.

Lopes, que é identificado como mecânico em um dos boletins de ocorrência, voltou a ser preso em 9 de abril de 2015, quando deu entrada no CDP de Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, pelo crime de receptação. Ele permaneceu atrás das grades até 15 de fevereiro de 2018, quando progrediu para o regime aberto.

No início da noite desta terça, policiais civis afirmaram ter localizado o carro que teria sido usado pelo suspeito na fuga. O veículo estava abandonado em um lixão no bairro Capuava.

O veículo alugado, que era usado pelo suspeito para transporte de passageiros por aplicativo, foi encontrado por causa de seu rastreador. O carro está sendo periciado.

Assassinato da menina

Sobre o assassinato de Ester, o pai dela afirmou em depoimento à polícia que o suspeito o surpreendeu com os tiros, por volta das 20h30, quando ele desembarcava do carro com quatro crianças e a mulher.

Após os tiros, a mãe de Ester partiu para cima do suspeito, ainda de acordo com a polícia, que a teria agredido com uma coronhada na testa —a mulher ficou ferida. Ele fugiu, em seguida, de carro.

Ester foi ferida com um tiro na região do tórax e seu pai no braço e na perna esquerdos. Mesmo ferido, ele dirigiu seu carro até a emergência do CHM (Centro Hospitalar do Município). Antes disso, ele deixou as três crianças que estavam no carro com uma parente.

No hospital, a criança não resistiu e dois projéteis, de revólver, foram retirados dos membros de Sigoli. Ele teve alta em seguida e foi à delegacia, onde prestou depoimento. "Ele ressaltou que já havia sido ameaçado de morte recentemente [pelo suspeito] e que já havia ocorrido desavenças anteriores entre eles", diz trecho do relato.

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