Após seis meses de vacinação contra o novo coronavírus no Brasil, completados neste sábado (17), especialistas ouvidos pela reportagem atribuem às recentes quedas de internações à imunização.
No estado de São Paulo, o pico de casos foi em dia 6 de abril com 15.452 confirmações da doença e 723 óbitos. Nesta sexta-feira (16) foram 10.282 casos e 347 mortes.
Na capital, o maior número de casos no ano foi no dia 2 de abril, com 4.200 registros e 220 óbitos, contra 921 e 43 mortes em 14 de julho.
Na cidade, de 2.330 pessoas internadas em 5 de abril, o número caiu para 1.226 hospitalizações na rede municipal, segundo a gestão Ricardo Nunes, uma queda de 47%.
Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o imunologista Jan Carlo Delorenzi ressaltou que as quedas nos números de mortes e de casos estão diretamente relacionadas com a vacinação. ”É só olhar para o caso dos idosos, os primeiros a serem imunizados e cujas internações e mortes diminuíram. Isso mostra que é de fato por causa da vacinação“, afirmou.
O médico elogiou o ritmo de aplicação da primeira dose da vacina no país, mas manifestou preocupação com a velocidade da segunda dose. Para ele, muitos desistindo de tomar o reforço por achar que já está imunizado ou por medo das reações adversas.
A médica infectologista Ingrid Napoleão Cotta, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, também atribuiu a queda nos números à vacinação. Mas ela ressaltou que o distanciamento social, os cuidados com higienização das mãos e uso de máscaras também continuam importantes no processo. ”Sabemos que a vacinação sozinha não seria capaz de conter a pandemia, mas com certeza essa melhora nos números é devido a vacinação“, disse.
Primeira vacinada diz estar saudável e não teve reação
Em 17 de janeiro de 2021, dez meses após o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, a enfermeira Mônica Calazans se tornou a primeira pessoa a ser vacinada país.
Mônica, que já tomou as duas doses da Coronavac, disse que está saudável e não teve nenhuma reação adversa. ”Estou bem até hoje e irei permanecer“, disse. ”Continuo trabalhando, e muito, no [hospital] Emílio Ribas e no [Pronto-Atendimento] de São Mateus. Não mudei minha rotina de trabalho“, afirmou.
Segundo a enfermeira, o que mudou mesmo é que cresceu nela uma empatia com o próximo e de querer ajudar aqueles que precisam dela, dentro da suas atribuições como profissional da saúde. ”Estabeleci um vínculo maior com os pacientes pois, nessa pandemia nosso papel de acolhimento se tornou muito importante“, afirmou.
Mônica disse que para que a vida possa retornar à normalidade com segurança é preciso vacinar e manter o distanciamento físico e fazer higienização. (WS)
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.