Choque de realidade para Bolsonaro
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É verdade que Jair Bolsonaro (PSL) contrariou as previsões de muitos especialistas ao vencer a disputa pelo Palácio do Planalto. No início da campanha, pouca gente acreditava que um candidato sem partido forte e um bom tempo de propaganda na TV pudesse chegar lá.
Deve ter sido por isso que o presidente e seus apoiadores mais próximos acharam que uma nova era, totalmente diferente, começava na política brasileira.
Bolsonaro criou a expectativa de que daria para governar sem as barganhas de sempre com o Congresso. Fez até uma lista de metas para os primeiros cem dias do mandato.
Esse prazo venceu na semana passada, e não dá para disfarçar uma boa dose de decepção na população. O sinal mais claro é que o presidente, eleito com 55% dos votos, hoje só tem a aprovação de 32% dos brasileiros, segundo o Datafolha.
Não daria mesmo para fazer grandes transformações em tão pouco tempo. Bolsonaro, que é marinheiro de primeira viagem no Executivo, vai descobrindo os limites do seu poder.
Assim como ele, os deputados e senadores também foram eleitos e têm um papel a cumprir. É bobagem imaginar que o Congresso vai deixar o presidente fazer o que der na telha. Tudo precisa ser negociado.
Um bom tempo foi perdido. A reforma da Previdência, por exemplo, ainda não andou na Câmara dos Deputados. Com isso, os empresários estão ressabiados, com medo de investir e contratar.
O resultado é que a economia está parada, e isso gera mais má vontade da população com o governo. Bolsonaro, portanto, precisa se mexer se não quiser perder mais apoios.