O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a arrumar confusão para o próprio governo ao decidir, sem mais nem menos, se meter no preço do óleo diesel.
O combustível iria ficar 5,7% mais caro nas refinarias nesta sexta-feira (12), como a Petrobras havia anunciado um dia antes. Mas, ainda na noite de quinta, a empresa teve de recuar.
O motivo logo foi conhecido. Um líder dos caminhoneiros _categoria que ameaça com uma nova paralisação_ tratou de agradecer de público a Bolsonaro. Mais tarde, o próprio presidente confirmou sua participação no episódio.
É claro que diesel caro não interessa a ninguém. Para os motoristas que usam o óleo, é prejuízo na veia. Como o transporte encarece, os preços de outras mercadorias sobem também.
Mas não dá para fazer milagre. A Petrobras precisa acompanhar o que acontece no restante do mundo, ou vai tomar prejuízo. Dá para segurar o reajuste por alguns dias ou semanas, mas não por prazo indefinido.
Bolsonaro agiu sem negociar com clareza. Pelo jeito, passou por cima de seu ministro da Economia. Deu também a impressão de que a maior empresa do país é gerida sem muito critério. Não foi à toa que as ações desabaram.
Medidas assim prejudicam o país como um todo. Basta lembrar o desastre que a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) produziu segurando os preços dos combustíveis e das tarifas públicas.
Mesmo que as intenções sejam boas, tomar decisões dessa maneira é um tiro no pé.
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