O vaivém dos prefeitos

Já foi um papelão do tucano João Doria deixar a Prefeitura de São Paulo com pouco mais de um ano de mandato para disputar _e levar_ o governo do estado.

A desculpa era que seu sucessor e colega de PSDB, Bruno Covas, daria continuidade à gestão. Hoje, vai se vendo que não é assim.

Covas, que acabou de completar seu primeiro ano no cargo e já anda se estranhando com Doria, anunciou uma ampla revisão do plano de metas do governo municipal _provavelmente já de olho na campanha pela reeleição em 2020.

Alguns sinais parecem bons. A grana para os investimentos aumenta de R$ 10,8 bilhões para R$ 12,8 bilhões, e o número de metas sobe de 53 para 71. Estão prometidas uma bela melhora na zeladoria e a recuperação de 50 pontes, viadutos, passarelas e túneis, por exemplo.

Mas outras mudanças preocupam bastante. A principal delas é o quase abandono dos planos para novos corredores de ônibus. Em vez de 72 km, agora serão só 9 km. Isso numa cidade onde o transporte coletivo precisa ser prioridade.

O pior de tudo é o vaivém de programas e promessas em pouco mais de dois anos de administração. Qualquer governo precisa de planejamento e persistência _em São Paulo, onde existe quase todo tipo de problema urbano, mais ainda.

Se a prefeitura ficar apenas ao sabor das carreiras políticas de seus ocupantes, nada vai caminhar direito.
 

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