Perigo nas alturas

Atravessar as passarelas da cidade de São Paulo é praticamente um ato de coragem. O risco para os pedestres é enorme: seja para caminhar, seja o de acabar vítima de um assalto ou algo pior.

Foi o que mostrou o Vigilante Agora, que visitou 15 passagens em toda a capital. Do total, apenas uma estava em condições adequadas.

Mas aí não é para menos: trata-se da passarela que leva ao aeroporto de Congonhas (zona sul), novinha em folha após ser reformada.

Já nas outras passagens, o abandono é evidente. Na maioria não há cobertura ou iluminação própria. O paulistano também é obrigado a conviver com lixo, fezes, cheiro de urina e pichações, além de vandalismo e depredação.

Algumas também viraram ponto de uso e venda de drogas, moradia para sem-teto e até camelódromo para vendedores ambulantes.

Nesse cenário, a situação é ainda mais difícil para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida. Na passarela que dá acesso ao Shopping Raposo Tavares (zona oeste), barras de metal no piso impedem a passagem de cadeiras de rodas e carrinhos de bebê.

O grupo CCR, que administra a rodovia, diz que as barras de metal estão lá para impedir a passagem de motocicletas. Pode ser. Mas, ao resolver um problema, criou-se outro.

Já a Prefeitura de São Paulo, ao menos, reconhece a gravidade da situação e promete reparos. Fala, inclusive, que busca parceiros na iniciativa privada.

Enquanto isso, o pobre pedestre _que já sofre com a buraqueira das calçadas, é bom lembrar_ tem que encarar as passarelas como se estivesse numa corrida de obstáculos.
 

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