Dos 22 ministros do capitão reformado Jair Bolsonaro (PSL), 8 são ou foram militares. O vice-presidente é general. Há gente da caserna espalhada também no segundo escalão do governo.
É muita coisa, mas 60% dos brasileiros consideram essa presença mais positiva do que negativa, segundo pesquisa Datafolha realizada no início deste mês.
Isso não quer dizer que os entrevistados aprovem os desempenhos de cada autoridade em particular. A maioria nem mesmo soube dizer o nome do vice, Hamilton Mourão. A imagem das Forças Armadas em geral é que tem bastante prestígio no país.
Dá para entender. A ditadura já acabou faz mais de 30 anos, e desde então os militares têm respeitado a democracia. Como ficaram a maior parte do tempo longe da política, não se envolveram em escândalos nem têm culpa dos problemas na economia.
Mas as opiniões sobre a participação deles no governo variam bastante no eleitorado. Entre os que votaram em Bolsonaro no segundo turno, a aprovação é de 84%. Já entre os que preferiram Fernando Haddad (PT), o número cai para 29%. Na turma dos brancos e nulos, são 42%.
Não há nada de errado em ter gente das Forças Armadas ocupando cargos importantes na administração, claro. O que traz alguma preocupação é o exagero.
Pelo jeito, o presidente não conhece muitos nomes qualificados fora de seu meio. E isso pode afetar os projetos e as políticas públicas. Basta ver a reforma da Previdência, que foi muito mais camarada com os militares.
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