Comida mais cara

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A inflação andou bem comportada nos últimos dois anos e deve ficar na meta de 4,25% fixada para este ano. Só que nem tudo é tão tranquilo para os mais pobres, por causa do preço da comida.

O IPCA, índice que serve de base para a política de juros, deu um susto em março: ficou em 0,75% e acumulou 4,58% (acima da meta) em 12 meses. Os principais culpados foram os alimentos.

Eles tiveram um encarecimento de 6,7% de abril de 2018 até o mês passado. Isso quer dizer que esses preços estão subindo bem acima da média geral.

Alguns casos são assustadores: o feijão carioca teve alta de 135% no período (105% só neste ano); a batata inglesa, de 91% (59% no ano).

É um contraste com o que aconteceu na maior parte dos últimos dois anos, quando a comida puxava a inflação para baixo. O cenário começou a mudar no final de 2018.

Isso não chega a ser anormal. Os preços dos produtos agrícolas variam muito mesmo, por causa do clima. Pouca chuva ou chuva demais pode estragar a colheita e fazer um produto sumir das prateleiras.

O problema é que os gastos com comida pesam mais para as famílias pobres e de classe média. Para elas, na vida real, a inflação está maior do que mostra o IPCA.

O jeito é prestar muita atenção no que se compra. A maior parte dos alimentos pode ser trocada por outros cujos preços não subiram tanto. Mas quem não abre mão do feijãozinho no almoço vai ficar mais apertado.
 

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