Minha Casa a perigo

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As verbas para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV) estão sumindo. Aliás, é o que vem acontecendo com as obras do governo em geral.

O programa de habitação popular já chegou a contar com mais de R$ 20 bilhões do Tesouro Nacional por ano, em valores corrigidos. No ano passado, foram pouco mais de R$ 4 bilhões. Neste 2019, não deve chegar a tanto.

Na semana passada, o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, disse que a grana disponível deve se esgotar até junho.

É uma péssima notícia para a construção civil, um dos setores mais afetados pela recessão de 2014-16. Basta dizer que dois terços dos imóveis vendidos no ano passado eram do MCMV.

A falta de recursos preocupa o mercado imobiliário, que se preparava para uma retomada mais forte.

Mas os problemas do programa não param na falta de dinheiro. Os conjuntos habitacionais para os mais pobres, por exemplo, muitas vezes são construídos em regiões distantes do centro das cidades.

O preço das casas pode até ser baixo, mas não reflete o custo total do empreendimento, que inclui serviços de obras viárias, água, energia, transporte e segurança.

Por isso, é preciso pensar em formas mais baratas e eficientes de enfrentar a falta de moradias. Aproveitar imóveis desocupados em regiões centrais e subsidiar aluguéis são alternativas que devem ser consideradas.

Esse trabalho de planejamento vai caber principalmente às prefeituras, que conhecem melhor a realidade local. O que vier de grana do governo federal vai ser lucro.
 

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