A sensação geral de insegurança no país levou muita gente a votar no ano passado em policiais civis e militares para o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas dos estados.
Pelas declarações apresentadas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o número de agentes eleitos saltou de 15 para 51. Mas esse número certamente é maior, porque muitos se descrevem apenas como servidores estaduais, por exemplo.
Um dos casos mais importantes aconteceu em São Paulo, onde o Major Olímpio (PSL), da PM, ganhou uma cadeira no Senado, desbancando vários medalhões da política.
Dá para imaginar que quem votou em candidatos assim esperava leis mais duras contra a bandidagem. Isso pode mesmo acontecer, mas os parlamentares policiais não tratam só desse assunto.
No Congresso, eles estão cuidando dos interesses da categoria. Alguns projetos de lei apresentados neste ano incluem seguro de vida para agentes de segurança, isentá-los de imposto na compra de armas e veículos, adicional de insalubridade, anistia a grevistas.
Um dos textos chega ao ponto de considerar terrorismo atentados contra policiais e seus parentes.
Misturar polícia e política já não é uma coisa simples. Se os eleitos resolverem atuar como sindicalistas, fica pior. Ainda mais porque, provavelmente, não foi para isso que tantas pessoas votaram neles.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.