Conexões perigosas

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Filho mais velho do presidente da República, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) começou com o pé esquerdo o seu primeiro mandato como senador.

O "01" está cada vez mais enrolado em indícios de irregularidades financeiras cometidas desde 2003, quando era deputado estadual no Rio de Janeiro.

Imagem retirada de redes sociais mostra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com seu assessor Fabrício Queiroz - REPRODUÇÃO

No final do ano passado, investigações revelaram que Fabrício Queiroz, um policial militar que anda sumido e trabalhava como assessor e motorista do filho do presidente, chegou a movimentar cerca de R$ 1,2 milhão em um ano.

Ao levantar as contas do próprio Flávio, o Ministério Público descobriu que o então deputado havia realizado 48 depósitos no valor de R$ 2.000, entre junho e julho de 2017, em um posto bancário na Assembleia Legislativa do Rio.

Tanto Flávio como Queiroz se enrolaram nas explicações --o senador tentou, em vão, até suspender as investigações. 

A situação se complicou com a quebra do sigilo bancário do senador e de Queiroz, além de 9 empresas e de outras 86 pessoas --5 delas ex-assessores de Jair Bolsonaro quando era deputado federal.

É óbvio que ninguém pode ser condenado por antecipação, mas os sinais são preocupantes. A quebra dos sigilos pode revelar conexões ainda mais graves. No meio político se fala, na base da especulação, em envolvimento de representantes das milícias cariocas.

A bomba cai no colo do presidente bem no momento em que ele enfrenta uma série de dificuldades no governo. Bolsonaro diz que o filho é vítima de um complô que tenta prejudicá-lo. Essa conversa é típica de acusados. O fato é que, cercado desses amigos, apoiadores e parentes, o presidente nem precisa se preocupar com a oposição.

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