Rachas no bolsonarismo
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Prestes a completar cinco meses, o governo Jair Bolsonaro (PSL) começa a ser questionado até mesmo por aliados de primeira hora e grandeza.
Eleita com mais de 2 milhões de votos (a maior da história para o cargo), a deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) chegou a indicar que poderia deixar o partido do presidente.
Janaina se mostrou perplexa com a manifestação anunciada para domingo (26) em apoio a Bolsonaro. O ato pretende ser uma resposta aos protestos contra o corte de verbas na educação, que juntaram milhares de pessoas em mais de 170 cidades no último dia 15.
A advogada, que ficou famosa no processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), parece dar voz ao desânimo de muitos eleitores.
A economia que não anda, o desinteresse em negociar com o Congresso, as suspeitas de corrupção que recaem sobre o filho Flávio e as picuinhas que não levam a nada refletiram em queda significativa na popularidade do presidente.
Janaina chamou de "cegos" colegas de partido que apoiam o ato pró-governo. Chegou a duvidar das "faculdades mentais" do presidente por veicular vídeo em que um pastor o considera um "estabelecido por Deus" para guiar o país.
Quem fez coro à deputada foi o presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE). Para ele, a convocação para domingo --que rachou grupos bolsonaristas de diversas tendências-- "não faz sentido".
Parece que falta ao presidente a percepção de que a campanha acabou. Não cabe ao governo acentuar as divisões do país. É hora de assumir responsabilidades firmadas na urna, deixar os protestos com a oposição e enfrentar as dificuldades. Trabalho é o que não falta.