Ladeira abaixo
Vigilante Agora mostrou que escadões da capital viraram banheiro a céu aberto
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Os escadões estão espalhados por São Paulo, principalmente na região central, onde encurtam caminhos e recebem pedestres todos os dias.
Na semana passada, o Vigilante Agora visitou 11 deles e percorreu quase 900 degraus. De modo geral, encarar as escadarias pode causar vertigem —nem tanto pela altura, mas pelo forte mau cheiro. A sensação é de estar em um banheiro público a céu aberto. Lixo, pichações, mato alto e falta de segurança completam um cenário sombrio.
A situação é de abandono nos 59 degraus que ligam a praça Pedro Lessa ao viaduto Santa Ifigênia, um dos cartões-postais da cidade. O cheiro de urina e fezes é insuportável. Pichada, a estrutura metálica está enferrujada. Já o chão fica forrado de lixo e bitucas de cigarro.
No escadão da rua Avanhandava, que termina na rua Caio Prado, os pedestres também reclamam da ação de ladrões, inclusive de dia. À noite, então, são poucos os que se aventuram por lá.
A gestão Bruno Covas (PSDB) diz que limpeza e varrição são diárias nos espaços. Sobre os assaltos, as polícias Civil e Militar afirmam que já prenderam 106 suspeitos que agiam nas escadarias.
A prefeitura, inclusive, promete reformar o escadão da rua Líbero Badaró, que leva a outro cartão-postal, o vale do Anhangabaú. Alvo de polêmica, a revitalização do vale já foi paralisada pela Justiça por suposta falta de audiências públicas sobre as mudanças no local.
Obras de impacto no centro, como a remodelação do largo do Arouche, parecem ser uma aposta desta gestão, já em reta final de mandato. Mas nada disso vai adiantar se a prefeitura descuidar do que já existe —principalmente do que é mais urgente aos paulistanos.