Carne liberada?
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Um estudo publicado nesta semana em uma respeitada revista médica norte-americana questiona se é realmente necessário as pessoas diminuírem o consumo de carne vermelha.
O trabalho não chega a negar que comer mais carne de boi e de porco aumenta o risco de ataques cardíacos ou de câncer, por exemplo. Diz apenas que, se há mesmo benefício na redução, eles são tão pequenos que não justificam mudanças radicais no cardápio.
Nem todo mundo concorda. Importantes associações médicas americanas criticaram a publicação. Um pesquisador a qualificou de “irresponsável e antiética”. Até aqui, porém, ninguém apontou erros graves nos métodos da pesquisa. Provavelmente só com novos estudos, e daqui a alguns anos, saberemos quem tem mais razão nessa história.
Essas idas e vindas sobre o que faz bem e o que faz mal à saúde já viraram piada. Quem não se lembra do ovo, que foi condenado e absolvido tantas vezes?
A maior parte da confusão se deve ao fato de que a ciência da nutrição é muito complexa. O intervalo entre o consumo de um alimento no dia a dia e o surgimento dos possíveis efeitos sobre a saúde pode ser de décadas.
Questões como o comportamento das pessoas e até a genética podem afetar os resultados. Além disso, a maior parte dos estudos sobre dietas tem como base a memória dos participantes, que é falha, para dizer o mínimo.
Atualmente, os vilões do prato estão por toda a parte, casos do glúten e da gordura saturada. O mais sensato mesmo é manter uma dieta equilibrada e variada, mas temperada com pitadas de desconfiança —e, para quem gosta, um churrasquinho de vez em quando.