Maconha como remédio

Epilepsia, ansiedade, depressão, esclerose múltipla, demência, autismo, dor crônica e náuseas por quimioterapia de pacientes com câncer. Ainda que sejam necessários mais estudos conforme a finalidade, a Cannabis (o nome científico da maconha) ganha força no país como tratamento alternativo.

Mais de 7.000 pacientes já foram autorizados pela Anvisa a importar produtos com canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), substâncias com efeitos terapêuticos presentes na planta. O problema é que a importação pode demorar meses e custa muito: pagam-se pelo menos R$ 1.200 por mês.

Uma saída para reduzir o preço seria plantar e produzir os medicamentos aqui mesmo. Mais de 2.500 brasileiros conseguiram esse direito na Justiça.

Claro que a maconha não é a salvação para todos os males. Até agora, testes mostraram que há eficácia mais concreta apenas para a epilepsia.

Esse é um assunto que requer cautela. A Anvisa só licenciou um único medicamento, usado para tratar espasmos em pessoas com esclerose múltipla. Neste momento, a agência debate a regulamentação do cultivo para uso medicinal.

É um mercado que cresce no mundo todo. No Brasil, quase 4 milhões de doentes poderiam ser beneficiados. O país também tem condições favoráveis para o plantio --inclusive para exportar, o que poderia até movimentar a economia.

O que não pode atrapalhar essa discussão é misturar a função terapêutica da maconha com o seu chamado uso recreativo. O debate atual não é sobre a legalização da Cannabis como droga. 

Essa confusão só interessa a radicais e prejudica pacientes e famílias que veem na planta uma esperança de tratamento.

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