Melhora tímida

Os números do emprego assinado no mês de agosto animaram uma boa parte dos especialistas. Foram criadas 121,4 mil vagas, o melhor resultado para o mês em seis anos. Será que a economia está finalmente saindo do buraco?

Trabalhadores formam fila, na rua Rui Barbosa (centro de São Paulo), em busca por vaga na empresa G4S, multinacional inglesa na área de segurança - Danilo Verpa - 19.set.19/Folhapress

Infelizmente, ainda não dá para ser otimista. Há alguns sinais de melhora, mas tudo ainda parece caminhar muito devagar, como vem acontecendo desde o fim da recessão de 2014-16.

Na sexta-feira (27) saíram os dados mais completos do mercado de trabalho, não muito animadores. O desemprego ficou em 11,8% entre junho e agosto, só um pouco abaixo dos 12,1% do mesmo período do ano passado.

São hoje 12,6 milhões de brasileiros que buscam uma ocupação e não conseguem. E, dos 93,6 milhões de empregados, 38,8 milhões são informais.

Pelo menos é possível dizer que o risco de uma nova recessão, como muitos chegaram a temer, saiu de cena por ora —e, se não houver novos sustos, o ano que vem será um pouco mais favorável que este, segundo as previsões.

Uma parte do refresco vem dos juros do Banco Central, que caíram para 5,5% ao ano. É a menor taxa já documentada na história do país. Nos bancos, o crediário ainda está salgado, mas houve alívio em alguns setores. Com isso, o financiamento habitacional e o comércio já mostram maior movimento.

O que ainda falta, e muito, é investimento, ou seja, grana para obras, abertura de novas fábricas e compra de máquinas. O governo está na pindaíba e os empresários continuam na retranca, com medo de pôr a mão no bolso.

De todo modo, existe algum progresso. É preciso manter o rumo e não voltar aos erros que provocaram a crise.

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