Laranja azeda
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Em fevereiro, a Folha de S.Paulo publicou reportagens que indicavam que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, envolveu-se num esquema de candidaturas de fachada no PSL, o mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro.
O ministro, que na campanha comandava a sigla em Minas Gerais, patrocinou o repasse de R$ 279 mil a quatro supostas candidatas à Câmara dos Deputados e à Assembleia Legislativa do estado.
Na realidade, nenhuma delas disputava para valer --apenas serviam como laranjas para o esquema de desvio de verbas eleitorais. Basta dizer que juntas conseguiram pouco mais de 2.000 votos.
Logo depois o jornal revelou que, a quatro dias da votação, uma candidata a deputada federal em Pernambuco, do PSL, havia recebido R$ 400 mil para sua campanha. A bolada de última hora teve pouco efeito: foram apenas 274 votos.
Apesar de o escândalo crescer com o passar dos meses, Álvaro Antônio manteve-se firme no cargo. Nos últimos dias, porém, o auxiliar voltou a dar dor de cabeça ao Planalto. Uma planilha de gráfica e um depoimento à Polícia Federal sugerem que o dinheiro da fraude pode ter ido parar, também, nas campanhas de Bolsonaro e do próprio ministro.
O presidente reagiu mal e acusou a Folha de descer "às profundezas do esgoto". Assessores também pregaram retaliação à imprensa. Já o ministro Sergio Moro (Justiça) defendeu o chefe e deu razão para quem vê contradição entre a sua atuação no governo e o discurso moralizador que pregava enquanto juiz.
O importante é a PF prosseguir com as investigações, e a imprensa continuar cumprindo seu papel de informar. Do ministro do Turismo e do presidente esperam-se apenas esclarecimentos.