Mais tempo na escola

Manter alunos por mais horas no colégio traz ganhos

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A introdução do período integral na rede estadual de ensino de São Paulo é considerada uma decisão acertada, mas tem enfrentando resistência nas escolas. 

Manter alunos por mais horas no colégio traz ganhos. O tempo extra pode ser empregado para atividades extraclasse, aulas de reforço ou atendimento individual para estudantes que se atrasam.

O Plano Nacional de Educação prevê que pelo menos 25% dos estudantes tenham uma carga diária de sete horas até 2024. No estado mais rico do país, a proporção é de apenas 6%.

Parece improvável que em cinco anos São Paulo chegue lá —até porque parte dos educadores não gostou da ideia. Isso não faz muito sentido, já que os professores da escola que adotar o sistema terão acréscimo de 75% no salário. Com jornada de 40 horas, porém, eles ficam impedidos de dar aulas em outras unidades, inclusive as particulares.

Uma preocupação aqui é se o novo modelo vai acabar com o período noturno. Quem trabalha pode se ver forçado a procurar um outro colégio, em tese mais longe de casa ou do emprego —o que pode provocar desistência.

Uma saída para São Paulo é se inspirar em Pernambuco. O estado tem 57% de matrículas em período integral no ensino médio. A introdução em larga escala mostrou-se decisiva para evitar que só algumas escolas se beneficiem da medida e seus alunos sejam privilegiados.

A adoção começou aos poucos, sempre pela primeira série de uma nova turma. Isso evitou que estudantes empregados da segunda e da terceira séries precisassem ir atrás de outra escola.

Cabe ao governo paulista corrigir o rumo do período integral. O benefício esperado justifica o esforço extra.

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