Mudar para não parar
Trânsito pesado provoca prejuízos financeiros e ambientais à sociedade
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Não é só o tempo perdido. O trânsito pesado e os longos deslocamentos, comuns nas grandes cidades brasileiras, provocam cada vez mais prejuízos financeiros e ambientais à sociedade.
Um estudo produzido pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) estimou os custos sociais e econômicos desse ir e vir frenético em nada menos de R$ 483,3 bilhões anuais. O valor é 7% maior do que o levantamento anterior.
Entram nessa bolada os gastos dos usuários de transporte e dos patrões e o dinheiro público para manter o sistema. Há, ainda, os impactos sociais, como os efeitos da poluição para o ambiente e a saúde, os acidentes e o barulho intenso.
As despesas dos brasileiros com transporte já superam até os gastos com alimentação: 18,1% a 17,5%, segundo o IBGE. Carros e motos são os itens que mais pesam nessa balança, embora respondam por apenas um terço das viagens.
Além de custar mais e beneficiar uma parcela menor da população, o transporte individual consome quase o dobro de energia e polui duas vezes mais que o transporte público.
Para evitar que a situação se agrave ainda mais, é preciso desestimular o uso de carros. Embora polêmica, uma ideia é a criação de pedágios urbanos nas áreas centrais, como já foi adotado em algumas cidades pelo mundo. Com a grana arrecadada, as prefeituras poderiam investir pesado em transporte público.
Não se trata de tarefa fácil, seja pelo lado político, seja pela tradição brasileira de privilegiar o automóvel.
Uma pesquisa recente, porém, mostrou que 30% dos paulistanos donos de carro aceitariam abrir mão do veículo em favor de outro meio de transporte.
Ainda há esperança de mudança.