Congresso em xeque
Rejeição é de 45%, segundo pesquisa
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Dizem por aí que o segundo casamento é a vitória da esperança sobre a experiência. Algo parecido vale para a avaliação do Congresso Nacional.
Antes da posse, quando questionados sobre as expectativas em relação a deputados e senadores, os eleitores costumam ser generosos, oferecendo taxas de bom e ótimo iguais ou acima de 40%. Mas, na hora de avaliar o desempenho real, os índices despencam. Com raras exceções, ficam abaixo dos 20%.
O atual Congresso não é uma dessas exceções, revela pesquisa Datafolha. Antes da posse, 56% dos entrevistados esperavam um desempenho ótimo ou bom dos atuais parlamentares. Agora, ao final do primeiro ano de trabalho, só 14% sustentam a avaliação positiva. A rejeição (ruim ou péssimo) é de 45%.
Escolher os critérios de julgamento não é fácil. No ano, cabe reconhecer que os parlamentares conseguiram aprovar a reforma da Previdência, rejeitaram ou ou deixaram caducar medidas provisórias, derrubaram vetos presidenciais e ainda aliviaram algumas das propostas extravagantes de Jair Bolsonaro.
Não deixa de ser uma mostra importante de independência. No Brasil, afinal, a tradição sempre foi o Legislativo andar a reboque do Executivo.
Por outro lado, congressistas dos mais variados partidos derraparam feio ao insistir em aprovar R$ 3,8 bilhões para o fundo eleitoral de 2020 —por fim, diante das muitas críticas, baixaram o valor para ainda absurdos R$ 2 bilhões destinados ao financiamento das campanhas.
Esse tipo de manobra, que nada tem a ver com o interesse público, certamente contribui para desgastar a imagem do Congresso. Mesmo com o recuo, o estrago perante a opinião pública estava feito.