Feliz 2020, Paulista
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Cartão-postal da cidade, um dos símbolos da riqueza paulistana, palco de históricas manifestações políticas e culturais. Aos 128 anos, completados no último dia 8 de dezembro, a avenida Paulista de hoje está longe dos tempos de glória —ou do sinônimo de modernidade que sempre a acompanhou.
Neste último dia do ano (31), a Paulista atrairá milhares de pessoas para as tradicionais Corrida de São Silvestre e festa de Réveillon. Olhares mais atentos notarão que a via enfrenta condições precárias, que não condizem com seu passado.
O Vigilante Agora passou por lá no último dia 12. Reformadas há quase dez anos, as largas calçadas estão detonadas, com buracos, remendos e tampas afundadas. Até a moderna ciclovia, entregue em 2015, tem trechos com rachaduras.
Barracas de camelôs e de moradores de rua estão por toda a parte, como ao redor do parque Trianon. Joia da arquitetura, o vão livre do Masp cheira a urina.
O risco de assalto é grande, principalmente de jovens e turistas pegos de surpresa na hora da selfie, consultando o celular ou com bolsas e carteiras na mão.
Comerciantes contam que até mesmo um grupo de crianças e adolescentes, a maioria em situação de rua, estaria apedrejando e furtando estabelecimentos. Sinal dos tempos, alguns se locomovem em patinetes elétricas para atacar.
As gestões tucanas de Bruno Covas e de João Doria dizem, respectivamente, que prometem mais investimentos em zeladoria e reforço policial na região.
De fato, a malcuidada avenida Paulista pede socorro. Justamente ela, que, quando criada, foi concebida como plano de uma revolução urbanística. Que em 2020 a história seja outra e ela retome a vocação de farol de São Paulo.