O ambiente pode ser apontado, com razão, como a área em que o governo Jair Bolsonaro provocou maiores danos até agora. Mas a bagunça promovida na educação, se não for revertida logo, pode custar muito caro nos próximos anos.
Um sinal da falta de rumos é o entra e sai de gente em cargos importantes. Só o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que é a principal instituição federal na área do ensino básico, teve três presidentes em 2019.
O próprio MEC já está no segundo ministro, Abraham Weintraub, que, segundo se noticia, está ameaçado de cair da cadeira logo. O pior é que nem mesmo se sabe se isso vai mudar alguma coisa.
Weintraub fala muito --briga muito, na verdade-- e faz pouco. Ele em nada contribuiu, por exemplo, para as discussões que acontecem no Congresso sobre a renovação do Fundeb, o fundo que ajuda a bancar o ensino público nas regiões mais pobres. Até falou em mandar uma nova proposta, o que pode atrasar todo o processo e fazer a grana secar em 2021.
Também não fez avançar a Política Nacional de Alfabetização, lançada por decreto no início do ano, mas que ainda mal saiu do papel. Até as tais escolas cívico-militares, um dos projetos preferidos de Bolsonaro, anda devagar.
Weintraub parece gostar mesmo é de picuinha contra o PT e a esquerda em geral. Por esse motivo, também implica com as universidades, que para ele são antros de doutrinação ideológica.
É verdade que há muitas coisas erradas na educação, e professores que fazem propaganda política em sala de aula nem estão entre os exemplos mais graves. Mas os problemas devem ser combatidos com gestão e planejamento, não com bate-boca nas redes sociais.
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