Álcool no isolamento
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Do bar para a casa: entre fevereiro e março, serviços de venda pela internet e entrega de bebidas registraram aumentos de até 50% na demanda por etílicos, segundo dados do setor.
Coisa parecida acontece em outros países. Nos Estados Unidos as vendas de bebida alcoólica subiram em 55% em meados de março, conforme pesquisa.
Ao que parece, as pessoas estão bebendo mais em casa, mas o consumo total (dentro e fora de casa) não cresceu. A Associação Brasileira de Bebidas registrou uma queda média de 52% no faturamento do setor entre 15 e 31 de março.
O álcool pode ser visto por muitos como uma forma de lidar com os efeitos do isolamento social, como ansiedade e solidão. Eventos virtuais, muitos deles promovidos por celebridades e artistas populares, não raro são regados a bebida.
Os excessos, como se sabe, podem gerar consequências trágicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para mulheres e pessoas com mais de 65 anos o máximo recomendado é de até três doses por dia ou sete por semana. Para homens, o limite é de até quatro por dia ou 14 por semana.
Especialistas apontam que o álcool reduz a imunidade, além de trazer riscos para a saúde física e mental durante o período. Cabe lembrar ainda que o consumo caseiro está entre os fatores apontados para a maior ocorrência de violência contra a mulher.
A OMS recomenda que governos e empresas restrinjam as vendas de bebida, mas a experiência histórica mostra que a estratégia repressiva é ineficaz nesses casos —porque o vício sempre encontra uma saída. O jeito é enfrentar o problema com mais informação sobre o uso excessivo de álcool e outras drogas.