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Lembro-me, na infância, nos anos 80, de acordar e correr pegar o jornal antes e depois dos jogos do XV de Piracicaba para ver os desenhos das “rusgas” do Nhô Quim com as mascotes dos rivais nos traços do cartunista Edson Rontani. Era especial quando o caipira armava suas armadilhas para o capeta que representava o América e vice-versa.
De lá para cá, porém, o clube de São José do Rio Preto despencou. Do time que tinha Neneca, Renato Carioca, Negão e Edson Pezinho e só ficou atrás dos grandes no Paulistão de 1994 ou do esquadrão do técnico Cilinho, com Sérgio, Zambiasi e Fumagalli, que faturou a Série A-2 de 1999 com um pé nas costas, só restaram as boas lembranças.
Depois de três décadas seguidas na elite estadual e algumas idas e vindas na A-2, o Mecão caiu para a Terceirona em 2012 e há cinco anos disputa a quarta divisão, o último nível do futebol de São Paulo.
No último final de semana, uma derrota em casa para o Tupã, que faz ótima campanha sob o comando de Tupãzinho, deixou o América em situação complicada, fora da zona de classificação para a próxima fase —ainda restam cinco jogos para reagir e seguir na briga pelo acesso.
Para piorar, o estádio Benedito Teixeira, o Teixeirão, que abrigou grandes clássicos e chegou a ser considerado um dos melhores do Brasil, vai a leilão novamente, como em 2016, para pagar dívidas trabalhistas do clube —que ultrapassam os R$ 10 milhões.
Embora essa dura realidade não seja uma exclusividade do Diabo, que divide o último degrau com outros clubes tradicionais como Paulista, XV de Jaú, Rio Branco, São José, Marília, União Barbarense etc., o pesadelo em que o Rubro se enfiou parece cada vez mais assustador e longe de terminar com um final feliz.
O seu grande rival, o centenário Rio Preto, chegou mais perto de fazer companhia ao América na última divisão estadual do que brigar pelo acesso à Série A-2.
É muito pouco para uma cidade da grandeza de São José do Rio Preto.