Grande parte do moral que Fábio Carille tem no Corinthians vem de suas vitórias em mata-matas. Só Internacional e Racing (ARG) conseguiram superá-lo em 23 confrontos eliminatórias disputados no comando do Timão. Nesta terça-feira (4), o treinador tricampeão paulista colocará o seu ótimo retrospecto à prova no Maracanã, contra o Flamengo, em partida que vale uma vaga nas quartas de final da Copa do Brasil.

A Fiel experimentou diferentes emoções nesses 21 triunfos de Carille. O técnico talvez tivesse sua bonita trajetória interrompida no começo se o veterano Carlos Alberto não batesse para fora sua cobrança na decisão por pênaltis entre Brusque e Corinthians, em 1º de março de 2017, pela Copa do Brasil. Já a final do Campeonato Paulista daquele mesmo ano, contra a Ponte Preta, começou a ser vencida com uma goleada no Moisés Lucarelli por 3 a 0.

A maior vitória do treinador, aquela que faz a torcida alvinegra acreditar na fama de milagreiro do paulistano criado em Sertãozinho, foi em 2018. Após perder o primeiro jogo da final do Paulistão por 1 a 0, em Itaquera, o Timão devolveu o placar no Allianz Parque e bateu o Palmeiras nos pênaltis.

O cenário desta terça (4) se assemelha ao do inesquecível duelo com o maior rival. O Fla tem um elenco recheado de grandes jogadores, ampliou seu favoritismo com um 1 a 0 na Arena Corinthians e decidirá a vaga em um Maracanã apinhado --50 mil ingressos haviam sido vendidos até esta segunda-feira (3). 

"Estamos em desvantagem. A gente tem que procurar fazer o que tem feito nas últimas partidas, jogar com agressividade, ter atitude, respeitar o que o Carille pede. E procurar fazer o nosso melhor jogo. Não conseguiremos isso se entrarmos desesperados", disse Vagner Love. "Com um gol no primeiro tempo, teremos totais condições de decidir nos 90 minutos."

O que dá esperança ao Alvinegro é que no outro banco não estará sentado nenhum especialista em mata-mata. O Flamengo demitiu Abel Braga e contratou o português Jorge Jesus, mas quem comandará o time contra o Timão será o interino Marcelo Salles.